Não costumo gostar de despedidas. Prefiro um aperto de mão (um abraço é melhor), um tapinha nas costas e um “nos vemos por aí”. Comecei a escrever esta coluna em abril de 2008, 412 semanas atrás. A ideia sempre foi falar de economia e finanças pessoais em um papo direto, sem a influência do jargão que as pessoas chamam de financês. Veio daí o título.
O ciclo da coluna Financês na Gazeta do Povo encerra-se hoje. Numa tentativa de resumir tudo o que foi dito aqui nos últimos anos (mais ou menos como nós, jornalistas, escrevemos nos obituários, tentando espremer vidas complexas em um punhado contado de caracteres), segue abaixo uma listinha de básicos das finanças pessoais. Se você não sabe nada do assunto e não quer ler livros ou acompanhar blogs, recorte os próximos parágrafos e pendure com imã na geladeira de casa. Talvez eu seja um pouco duro, mas, como é a minha última chance de dar esses recados, é melhor assim. Pronto? Aí vai:
1) Não gaste mais do que você ganha
Parece óbvio, não? Mas para muitas pessoas e empresas não é, por pelo menos duas razões. A primeira é que tem gente que não sabe de verdade quanto ganha, nem quanto gasta. Nunca teve um controle real de despesas. Talvez ache, como criança mimada, que mamãe ou papai irão pagar suas contas, ou ainda que a fada Sininho irá transformar o extrato do cartão de crédito em balas de goma. Não.
A segunda razão é achar que alguns gastos valem a pena, mesmo que você tenha que se endividar para fazê-los. Basicamente, o endividamento que vale a pena é aquele que permite a você gastar menos (trocar o aluguel por financiamento de imóvel, por exemplo). Não, o iPhone 7 não faz parte dessa categoria.
2) Não seja otimista demais
Analise as suas contas com os olhos da realidade. Números são diferentes de letras: você pode embelezar seu discursos e enganar a si mesmo, mas a aritmética não se dobra com palavras bonitas.
Se houver algum problema, comece a cortar gastos e a buscar novas fontes de renda agora, antes que cheguem os dias maus. Não faça contas contando com um dinheiro que não tem. Não sacrifique os ganhos de um negócio bem-sucedido em uma iniciativa que te dá prejuízo. Conserte os erros para se dar bem em todas as frentes.
3) Reveja sempre suas estratégias.
Investimentos e estratégias que deram certo durante muitos anos podem se revelar ruins em algum momento, e você precisa estar pronto. Insistir no erro, conforme o ditado repetido por nossos avós, é burrice – alguém pode até chamar de resiliência, mas isso também seria burrice.
Então é isso. É hora do abraço, leitor – ou do aperto de mão, se preferir. Não sei quanto a você, mas eu vou sentir falta.
Nos vemos por aí.
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