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Ah, uma máquina do tempo! É tudo o que os investidores do mercado de ações gostariam de ter nesse momento, principalmente as pessoas físicas. E nem seria para ver as cotações de amanhã, não: se eles pudessem simplesmente pular o primeiro semestre deste ano e acordar amanhã cedo em julho, já estariam bem contentes.

Foi o que percebi ontem, quando resolvi retomar contato com algumas pessoas a quem entrevistei no ano passado. Ninguém diz estar decepcionado com a bolsa, ninguém zerou suas posições e aplicou seu dinheiro em outra coisa. Mas todos estão esperando ansiosamente uma recuperação que, creem, virá no segundo semestre de 2009.

O mais otimista é o empresário José Komuchena, que já em abril de 2008 contou estar preparando uma estratégia mais defensiva para os seus investimentos – o Ibovespa atingiu seu auge, é bom lembrar, no fechamento de 20 de maio, quando chegou aos históricos 73.516 pontos. Ele considera que o mercado ainda não está pronto para uma reação, mas pensa que as tendências já estão surgindo. "Os preços já se consolidaram em um novo patamar", observa.

Nos tempos amargos em que as ações despencaram, Komuchena usou uma estratégia que os consultores de investimentos consideram muito arriscada: ele reservou uma parcela do seu capital para fazer operações de day trade (ou seja, compra e venda de papéis no mesmo dia), aproveitando-se da variação razoável entre os preços mínimo e máximo de algumas ações. "Graças ao day trade, vou chegar ao prejuízo zero bem antes do que se simplesmente mantivesse os papéis na carteira", observa. Além disso, ele fez novos aportes – pequenos, é verdade.

Mais comedido, o engenheiro Paulo Rogers Helrighel decidiu ficar quietinho. Não vendeu nada, para não concretizar seus prejuízos, mas também não comprou. Ele mantém na carteira os mesmos papéis que tinha em novembro passado, e pretende continuar assim até o segundo semestre. "Já fiz isso [comprar mais ações] no ano passado para montar um portfólio que em dinheiro de hoje sairia mais barato", conta.

Em comum, os dois têm a certeza de que não há mal que dure para sempre, e que o mercado de capitais continua sendo uma opção importante de investimento. "É preciso ter confiança na renda variável. A bolsa não vai ficar 10 ou 15 anos caindo", diz Komuchena. "Não me arrependo, pois os ativos são de empresas sólidas", explica Helrighel.

Assim vive o mercado, da paciência de uns e da ousadia de outros. Qual a melhor estratégia? Depende do investidor, do capital aplicado, do tempo de que ele dispõe, da sua capacidade de absorver prejuízos. Uma boa corretora pode ajudar.

Advertência

A experiência de José Komuchena com o day trade deu certo, mas isso não significa que ela sirva para qualquer investidor. Ela exige tempo, dedicação, conhecimento do mercado e disposição para caçar informações sobre as empresas nos jornais e nos relatórios das corretoras. Um escorregão pode aprofundar os prejuízos, em vez de atenuá-los. É por isso que, com razão, os especialistas costumam dizer que esse tipo de operações deve ficar nas mãos de profissionais.

Crianças, não tentem fazer isso em casa.

Combustível para a alta

Em seu último relatório sobre a Petrobras, a corretora gaúcha Geração Futuro apontou R$ 42,52 como o "preço justo" para as ações da empresa. Como as ON da empresa fecharam ontem a R$ 28,58, isso significa um potencial de alta de 48,7%. Essas ações, que sozinhas representam 17% do índice Ibovespa, subiram ontem 1,24%.

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