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Origem dos investidores pessoa física na Bovespa |
Origem dos investidores pessoa física na Bovespa (Foto: )

Quem está endividado ou pretende aumentar sua poupança tem duas formas de fazê-lo: cortando despesas ou aumentando as receitas. Como boa maior parte dos brasileiros é assalariada e trabalha em tempo integral, normalmente fala-se mais da primeira opção. Mas há boas razões para pensar melhor na segunda.A manchete da Gazeta do Povo no domingo passado dá algumas dicas sobre isso.

"Emprego em alta", dizia a manchete. É, ao que parece, bem isso o que vem por aí: especialistas estimam que o retorno dos investimentos das empresas no pós-crise pode levar o país a patamares inéditos nesse ambiente. É claro que nem tudo é perfeito – sabemos que o contingente de pessoas "não empregáveis" no país é alto. É gente que está fora do mercado de trabalho porque não tem qualificação, escolaridade. Os analfabetos, por exemplo. À luz das estimativas disponíveis, essa é uma das questões que nos afastam do pleno emprego. A outra é o nível de investimento. É verdade que este último tem subido, mas há um lapso de tempo entre a decisão de uma empresa abrir uma nova fábrica, por exemplo, e essa decisão resultar em novas vagas.

Mas a expressão "emprego em alta" pode muito bem ser substituída por "salário em alta". Uma pena, no entanto, que a promessa de salários melhores é para o futuro. Se você está endividado agora, o melhor mesmo é apertar o cinto.

Empreendedorismo

Meu colega Guido Orgis chegou à redação impressionado, dias atrás. Fez uma reportagem sobre empreendedorismo e conheceu exemplos surpreendentes de engenhosidade de uma microempresária, que fazia móveis simples a partir de garrafas PET – matéria-prima baratíssima e disponível, com o mérito adicional de gerar renda para os catadores, uma população bastante carente. Está aí uma forma bem mais rápida e simples de gerar empregos. O prazo de maturação de um empreendimento desse porte é bem menor do que o investimento de uma multinacional, e os recursos resultantes provavelmente terão uma distribuição menos concentrada.

E investimentos desse tipo não são captados por levantamentos do Banco Central ou do Ministério da Fazenda. Está aí a fonte da força da economia brasileira, que frequentemente se mostra mais forte do que os analistas imaginam.

A grande estrela da bolsa

A principal estrela da bolsa de valores atualmente não é a Petrobras, nem a Vale, nem mesmo o San­­tander Brasil, com seu IPO de R$ 13 bilhões. O centro das atenções, para onde todas as corretoras estão olhando, é você.

Este ano todas as grandes corretoras cortaram suas taxas e criaram serviços adicionais – chats, fóruns, relatórios de analistas, palestras gratuitas e outros. Tudo para atrair um cliente que está descobrindo as vantagens de um mercado crescente. Acompanhar a evolução do número de investidores individuais é algo impressionante. Em 1994, eles respondiam por 9,7% do volume total das operações de compra e venda de papéis. Em 2000, romperam os 20%. A média do ano passado ficou em 26,7% – pau a pau com os investidores institucionais (como os fundos de pensão, por exemplo), que ficaram com 27,1%. Em 2009, até a sexta-feira passada, essa média estava em 31%. Os institucionais ficaram para trás, com 25,2%.

Atualmente, 555 mil pessoas têm registro de investidor da bolsa. Em 2002, eram 85 mil. Há duas boas notícias embutidas nessas estatísticas. A primeira é que, com a competição, o ambiente tende a ficar melhor para o investidor, com taxas menores – o que já vem ocorrendo – e melhores serviços. A outra é que se vai consolidando uma forma mais barata de as empresas buscarem recursos para o seu crescimento.

Iniciativa

Há algumas semanas contei uma experiência minha em um supermercado, que tinha os preços errados (para mais, é claro) em três das mercadorias que eu havia comprado. Pois neste fim de semana ouvi outro caso. Dois preços estavam errados. A caixa chamou sua su­­pervisora para fazer a correção, mas ela estava num papo tão animado com dois colegas que não apareceu. O empacotador saiu de seu lugar, pegou o cartão da chefe e passou, para cancelar o preço errado. E foi ele quem decidiu: "As mercadorias que estavam erradas você leva de brinde. Se ninguém resolve as coisas aqui a gente tem mesmo de dar um jeito".

Ele merece uma promoção. De preferência, no lugar da supervisora dos caixas.

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