O que é melhor? Competição limitada ou monopólio?A Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs) parece preferir o monopólio. Segundo reportagem publicada pela Folha de S. Paulo, ela enviou ao governo uma proposta de autorregulamentação em que sugere que as operações de cartões de débito de todos os bancos nacionais sejam agrupadas sob uma única bandeira. A superoperadora entraria no lugar de marcas como Visa Electron e Redecard, e a associação sugere que a mudança resultaria em custos mais baixos porque os comerciantes pagariam royalties a uma empresa só.
A proposta da Abecs chega em um momento em que o mercado está fervendo. O número de transações, tanto de débito quanto de crédito, cresce sem parar. A própria instituição estima para 2010 a realização de 2,8 bilhões de transações com cartões de débito, que resultariam no faturamento de R$ 157,7 bilhões. O Banco Central já colocou a regulamentação do setor (nesse caso, mais especificamente do crédito) em discussão, tendo por base um relatório em que se fala da excessiva concentração dos negócios em umas poucas empresas.
A estrutura do setor deve começar a se desmontar ainda este ano, começando pela exclusividade que Redecard e Cielo (antiga Visanet) têm nas operações das bandeiras Mastercard e Visa. Uma notícia, aliás, bem vinda: atualmente os varejistas pagam aluguel para cada maquininha que têm no seu caixa uma para se comunicar com Visa, outra para Master, por exemplo. Se o pequeno comerciante pudesse ter uma só máquina para fazer as vendas das duas bandeiras, melhor. Para ele e para o cliente, porque o custo do cartão é sempre repassado para o cliente.
Até agora, as iniciativas do governo nesse segmento têm sido destinadas justamente a aumentar a competição. É bom que continue assim, e que a ideia de uma operadora única seja esquecida logo.
A temporada
Começou a temporada dos balanços. O Bradesco foi a primeira empresa importante a publicar os resultados financeiros de 2009, na quinta-feira passada: um lucro de R$ 8 bilhões, 5% superior ao de 2008. Um belo começo, vamos admitir.
Para quem investe na bolsa e segue a linha fundamentalista ou seja, escolhe seus papéis com base nos seus números e em seu potencial de negócios , é uma boa época. É também o momento em que as empresas são obrigadas a se mostrar, a fazer conferências com os analistas de bancos e corretoras, que em seguida elaboram relatórios em um financês ainda meio rebuscado demais. Esses relatórios são enviados aos clientes e, muitas vezes, contêm informações importantes na hora de o investidor fazer as suas escolhas. Vale a pena ficar de olho nessas informações.
Se você não está habituado ao idioma exótico das empresas, prefira ir direto aos relatórios dos analistas, que costumam ser mais didáticos e vão direto ao ponto. Muitas companhias não resistem à tentação de complicar os textos da apresentação de resultados, principalmente quando as coisas não vão bem. Mas é bom ir se acostumando com os termos para entender melhor o que está sendo dito.
Nem todas as empresas confirmaram as datas de divulgação de seus resultados. A tabela ao lado inclui algumas das ações mais negociadas da Bovespa e também as empresas paranaenses que já informaram seu calendário.
Impostos
Em fevereiro chega aquela questão de sempre: pago o IPTU e o IPVA à vista ou parcelo?
Se você tiver condições de pagar à vista, faça isso, mesmo que tenha de tirar dinheiro de uma caderneta de poupança. Em Curitiba, o desconto para pagar à vista é de 5,5%. Então imagine o caso de alguém que tem um imposto a pagar de R$ 1.000,00. Com desconto, fica em R$ 945,00, para pagar agora em fevereiro.
Agora imagine se você deixar esses R$ 945,00 aplicados e aderir ao parcelamento proposto pela prefeitura, em dez meses. O raciocínio é simples: se em dez meses a aplicação tiver um saldo superior a R$ 1.000,00 (que é o valor do imposto devido), vale a pena parcelar. Se der menos, é melhor pagar à vista. Feitas as contas, eis o resultado: se os recursos ficarem na poupança, o saldo ficará perto de R$ 993,50; se ficarem na renda fixa, podem chegar a R$ 999,00 descontada aí uma taxa de administração de 2% ao ano e o Imposto de Renda.
Obviamente, isso só vale a pena se o contribuinte tiver o dinheiro disponível. Os juros do cheque especial são de, em média, 7,27% ao mês, muito maiores do que o desconto para pagamento à vista.
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