Privatizado nos anos 90, o Tren de La Costa costumava ser uma das muitas atrações para os turistas brasileiros em Buenos Aires. Ele sai da capital argentina e leva à pitoresca região do Delta do rio Tigre. Um belo passeio.

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Com a crise econômica local, que vem desde o início da década passada, o número de viajantes nacionais foi diminuindo. Alegando falta de confiabilidade nos horários, as agências de turismo deixaram de montar pacotes incluindo o passeio de trem para seus clientes estrangeiros. O resultado foi uma reação em cadeia nas estações intermediárias, que foram montadas ao estilo de mini-shopping centers. Lojas fecharam ou passaram a depender do fluxo local.

Uma reação em cadeia que encontra similares por toda a parte, no país vizinho. Uma passagem de metrô custa 5 pesos (R$ 1,39); dependendo do trajeto, uma passagem de ônibus pode sair por 2,50 pesos (R$ 0,70), com direito a descontos sociais. Bem mais barato que em qualquer cidade brasileira. Por outro lado, desde a semana passada um litro de diesel sai por 10 pesos (R$ 2,79) – ou seja, o principal insumo operacional do transporte urbano custa mais que os R$ 2,30 daqui. Não é surpresa que a frota seja antiga: resta aos empresários pouca margem para reequipamento.

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Os brasileiros que viajam para a Argentina hoje encontram um ambiente estranhamente familiar. Câmbio imprevisível e preços em alta compõem um cenário que lembra o próprio Brasil de alguns anos atrás. Por outro lado, a contenção artificial dos preços e suas consequências visíveis nos servem de advertência contra sugestões tentadoras que aparecem de vez em quando.

Automóveis hermanos

Engraçado que surja agora a conversa de que o Brasil estuda incentivar a importação de carros brasileiros pela Argentina. Tarefa difícil e arriscada, dado que o país vizinho atravessa uma grave crise cambial.

É, de volta, a velha conversa de buscar jeitinhos de favorecer a indústria automobilística, velha queridinha dos governos brasileiros. De janeiro a março, o licenciamento de novos veículos caiu 2,1%; as exportações caíram 15,3% (os dados de abril saem nesta semana, e devem apontar uma piora no cenário). A parte principal da queda nas exportações se refere à Argentina. As compras dos vizinhos caíram 15,8% na comparação do primeiro trimestre deste ano com o mesmo período de 2013.

Mudando de assunto...

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Digamos que você tenha sido mal atendido em uma loja. Qual é a sua reação? Segundo um estudo que está para ser publicado no Journal of Consumer Research, editado pela Universidade de Chicago, depende do que você está comprando. A pesquisa, feita pelos professores Darren Dahl, da Universidade de Columbia, e Morgan Ward, da Southern Methodist University, de Dallas, mostra que ser desprezado pelos vendedores em lojas de artigos de luxo pode ser um incentivo à compra. De acordo com Dahl, o esnobismo parece inspirar no consumidor o desejo de pertencer a um grupo exclusivo, semelhante ao das "panelinhas" de meninos e meninas que se formam no ambiente escolar. "Nosso estudo mostra que você precisa ter o tipo certo de esnobe no tipo certo de loja, para que o efeito funcione", observa.

Para quem não suporta ser maltratado, entretanto, os professores têm duas dicas: deixar a loja e voltar mais tarde, de modo a evitar o conflito; ou comprar pela internet.

Por hoje é só.

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