Olhar para os números recentes da bolsa brasileira é algo meio amedrontador. Nesta quinta-feira (11), por exemplo, o índice Ibovespa caiu 3,1% e fechou aos 39.102 pontos. Só neste ano (27 dias de pregão), as perdas somam 9,8%. Engraçado é olhar para trás e ver que, em 2009 – em plena ressaca da crise global –, havia gente apostando que em quatro ou cinco anos o índice poderia chegar a 100 mil pontos. E não era nenhum vidente, não, eram economistas sabidos, desses que dão palestras caras por aí.
Mudaram as condições, mudou o mercado. Não é segredo que a bolsa brasileira se apoiava em duas grandes empresas, Petrobras e Vale. A primeira já vinha se desvalorizando por causa da contenção artificial dos preços da gasolina e entrou em combustão interna quando foi revelada a corrupção que corroía suas entranhas. A segunda sofreu com a perda de valor das commodities e a desaceleração da China. A bolsa desabou. A falta de perspectivas da economia brasileira ajudou a empurrar tudo para baixo.
O que todos esperam é o momento em que a tendência vai virar. O leitor vai encontrar por aí coleções de artigos e análises à venda, prometendo informar agora as ações que vão subir no próximo semestre. Melhor tomar cuidado com essas ofertas porque, claro, ninguém sabe o horário em que essa maré vai mudar – se todos soubessem, aliás, a informação não valeria mais nada.
Mas sempre é bom lembrar: a maré vai mudar.
Novo sócio
Com o anúncio de que a Petrobras vai colocar à venda sua participação em geradoras termelétricas, é de se esperar que um novo sócio assuma os 20% que a companhia detém no capital da Usina Elétrica a Gás de Araucária (UEG Araucária). A estatal federal chegou a administrar sozinha a usina por sete anos, sob regime de arrendamento. Os outros 80% pertencem à Copel.
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