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Financês

Três vinténs

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Você já deve ter ouvido esse ditado: mais vale um gosto do que três vinténs. Há variações: mais vale um gosto do que dinheiro no bolso, ou do que um carroção de abóboras... O conceito é sempre o mesmo – há coisas com as quais não se deve economizar.Convém cuidar um pouco com essa ideia, porque ela pode conduzir àquela política do "eu mereço", pela qual o indivíduo permite a si próprio cometer extravagâncias de vez em quando porque, afinal, ele trabalha bastante e precisa ser recompensado. O "eu mereço", diga-se de passagem, não se limita só à questão financeira. Recente­mente uma marca de laticínios usou a expressão nas propagandas de um creme de chocolate. Um outdoor mostrava a imagem de uma mulher arrasando um potinho, enquanto que o letreiro dizia que ela merecia o tal doce porque andou de salto o dia inteiro. Pode até ser, mas depois ela vai ter de se ver com a balança.

Com o dinheiro o mesmo princípio é válido: quem gasta demais agora terá de gastar menos depois, para manter as coisas em equilíbrio.

Feita a advertência, é preciso dizer que a maioria dos especialistas hoje em dia observa que, para manter uma vida financeira saudável, é preciso manter em pauta alguns sonhos de consumo. Não há nenhuma regra que diga que você não pode ter aquele carro recém-lançado – desde, é claro, que você tenha condições de mantê-lo (levando em conta combustível, manutenções, impostos e seguro, a respeito do qual falo mais um pouquinho na próxima nota). Nem que não deva fazer uma viagem por ano com a família, nas férias.

Pelo contrário. O bom é colocar esses sonhos no orçamento e batalhar para transformá-los em realidade. Conheço histórias de pessoas que sacrificam sua qualidade de vida para poupar o máximo possível e alcançar seu primeiro milhão. Se isso os faz felizes, pode ser até que valha a pena. Mas a maioria das pessoas tem objetivos mais humanos e menos ligados ao dinheiro.

Quando conseguir alcançá-los, comemore. Também não há nada de errado nisso. Veja o que escreveu sobre isso Gustavo Cerbasi, um dos mais festejados escritores na área de finanças pessoais: "A celebração tem sido, em minha vida, a grande estratégia para marcar minhas conquistas e ganhar fôlego para outras. Mesmo que seja uma celebração simples, comemore sua conquista com um brinde, um jantar, uma viagem, algo que possa ser lembrado com fotos. Acredito que uma vida feliz é feita da conquista de sonhos".

Estamos num tempo de festas. Comemore você também. Feliz 2010.

Sobre seguros

Graças a uma escala de folgas aqui no jornal, pude tirar uns dias para viajar, na semana passada. Voltei no domingo, para descobrir que a bateria do carro não aguentou uma semana de inatividade e resolveu entrar em férias também. Em 20 minutos o serviço de auxílio mecânico da seguradora chegou e deu uma carga na bateria, o suficiente para pôr o veículo para rodar.

Sou daqueles que não tiram carro da loja sem que esteja segurado. E recomendo o mesmo aos leitores, não só pela comodidade de serviços como o descrito acima como pela sua função principal: a proteção do patrimônio em caso de sinistro. Quando o carro da gente é roubado – algo que também já me aconteceu, no ano passado –, ter seguro é um alívio.

Se você ainda não tem, permita-me sugerir que inclua o seguro no seu orçamento para 2010. Ou em suas resoluções de ano novo, como preferir...

Liquidações

Elas começaram mais cedo este ano. Normalmente aquelas promoções que começam de madrugada, em que as redes varejistas prometem dar grandes descontos para acabar com as sobras de mercadorias do Natal, aparecem em janeiro, quando as vendas são naturalmente mais baixas. Agora, como você pôde notar na reportagem da página anterior, elas chegaram em dezembro.

Vale a pena madrugar e esperar na fila para comprar alguma coisa? Eu mesmo não fiz a experiência, mas conversei com várias pessoas que já fizeram isso. A maioria ficou meio decepcionada – os preços não eram aquela maravilha, e a briga por qualquer item de preço mais razoável era grande.

Está acabando

Esta é a última coluna de 2009. Agradeço aos leitores a gentileza de ter acompanhado esta coluna. E peço que continuem contribuindo com comentários, críticas e dúvidas sobre finanças pessoais e investimentos.

Escrevam para financaspessoais@gazetadopovo.com.br.

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