Em boa parte das escolas do Paraná, as aulas recomeçaram ontem. E volta às aulas é uma boa oportunidade para falar em dinheiro.
Não, o tema desta coluna não é o preço do material escolar nem das mensalidades embora esses sejam custos importantes no orçamento das famílias brasileiras de classe média. Mas prefiro falar de um tema que tem a ver com os orçamentos futuros: a educação financeira, que poderia muito bem ganhar espaço dentro das nossas escolas em especial no ensino fundamental.
Mas por que colocar mais um assunto nas cabecinhas das crianças, que já estão tendo dificuldade nas disciplinas mais tradicionais, como Português e Matemática? Bom, para começar porque elas vão precisar mexer com dinheiro algum dia. E, quando isso acontecer, é melhor que saibam o que estão fazendo. Caso contrário, vão cometer os mesmos erros das gerações que as antecederam e não foram poucos. Quer um exemplo?
Então pegue as taxas de juros. As taxas básicas podem até baixar, mas os porcentuais pagos pelo consumidor declinam muito mais lentamente. Estamos acostumados a pôr nos bancos e financeiras a culpa por esse mecanismo eles são gananciosos e não têm limites em sua busca de mais lucro. Isso provavelmente não está errado, mas coloque-se você no lugar dos chefões dos bancos: você baixaria o preço de um serviço quando a demanda não para de crescer? Procura em alta leva a preço em alta, não é isso que a lógica da economia diz? Então é melhor distribuir um pouco da responsabilidade: os juros não caem também porque os consumidores aceitam as taxas altas. Isso leva a situações complicadas: em plena crise, o volume de operações de crédito pessoal cresce (e isso mesmo com os juros em alta). Minha opinião é que muitas pessoas fazem isso porque não usam a calculadora.
Mas como usariam, se ninguém nunca ensinou?
Tenho dois filhos, de 9 e 7 anos. Há poucos meses, eu e minha esposa começamos a tratar do assunto com eles, e a colocar uma pequena quantia semanal para que eles administrem. Rapidamente, eles aprenderam o preço das coisas, e passaram a consumir com um pouco mais de comedimento. O mais velho está poupando para comprar um DVD. E até a avó levou bronca: ouviu do neto que não deveria gastar tanto nos passeios com eles.
Eles ainda não sabem o que são juros compostos. Têm muito tempo pela frente até chegar a essa fase. E, sinceramente, espero que não tenham de aprender da pior maneira. Melhor aprender mesmo na escola.
Gerdau
Poucos assuntos causaram tanta preocupação no mercado internacional quanto o "Buy American", cláusula do pacote de resgate à economia dos Estados Unidos segundo a qual somente aço, minério de ferro e manufaturados produzidos no país poderiam ser usados em projetos incentivados pelo governo. A medida afeta diretamente o Brasil afinal, somos exportadores de matérias-primas básicas. E é tida por muitos como um passo apara trás no processo de globalização (seria que daria então para chamar de "tribalização"?). Por essas e outras, empresas brasileiras que apostaram em abrir unidades de produção em no Hemisfério Norte estão satisfeitas. A Gerdau, por exemplo, já concentra 39% de sua produção de aços brutos na América do Norte. O Brasil responde por menos: 36,7%.
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