Nada mais nada menos que 40% das exportações brasileiras no acumulado de janeiro a outubro de 2016 foram do agronegócio. O superávit no período soma US$ 38 bilhões, com participação decisiva de 15 produtos que tem origem no campo. Destaque na pauta para grãos, carnes e açúcar.
Conforme a Secretaria de Comércio Exterior (Secex), do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC), as importações do país somaram US$ 114 bilhões. O saldo vem com o desempenho das vendas externas totais.
Nos dez primeiros meses do ano o Brasil enviou ao exterior US$ 153 bilhões. Na pauta dos dez produtos mais exportados, o campo responde por sete posições. Soja, açúcar, carne de frango, farelo, celulose, carne bovina e café lideram e dividem o ranking com minério, petróleo e automóveis.
Apesar do saldo positivo, a receita no comércio internacional é 5% inferior em relação ao mesmo período do ano passado, reflexo de volume e preços menores, consequência de oferta aquecida – em alguns casos superoferta – e demanda nem tanto. A pauta ampliada tem ainda suco de laranja, algodão, carne suína, tabaco, óleo de soja, couro e etanol.
A força da soja
O produto mais expressivo no resultado positivo da análise foi a soja, que reina absoluta na liderança. A oleaginosa representou US$ 18 bilhões das vendas, com participação de 12% da receita total aferida.
A expectativa é que as exportações do grão em 2016 atinjam 57 milhões de toneladas. A previsão da Expedição Safra para a próxima temporada, o ciclo 2016/17, é de uma produção que supera a casa das 100 milhões de toneladas. Os embarques brasileiros em 2017 têm potencial para mais de 60 milhões de toneladas.
A retomada do açúcar
Em um processo de recuperação, após uma das maiores crises da história, outra participação ilustre foi a do açúcar. Segundo lugar no ranking, o produto ressurge com destaque na pauta e vendas externas no período de US$ 6,58 bilhões, ou 4% do faturamento total embarcado pelo país. O açúcar bruto também foi o produto com maior variação em relação ao mesmo período do ano passado, com vendas 40% maiores, um incremento de US$ 1,89 bilhão. Quem também teve variação positiva foi o etanol, com aumento de 23% sobre o acumulado de janeiro a outubro de 2015.
O açúcar também foi o responsável pelo reforço do movimento no Porto de Antonina, no Paraná. O aumento no volume de cargas movimentado no período foi de 94%. Entre janeiro e outubro de 2016 alcançou 1,05 milhão de toneladas. Em 2015, haviam sido 544 mil toneladas. Além do açúcar, outros fatores importantes em Antonina foram a exportação de farelo de soja e a importação de fertilizantes.
Mais frango e suíno
O momento também é positivo para suínos e aves. O crescimento em volume, no período, teve variação de incríveis 39% e 5%, respectivamente. No caso do desempenho do frango, a carne in natura ganhou um empurrão dos embutidos e outros processados. Já o suíno, um ganho espetacular em volume e também em receita cambial, com US$ 133 milhões, valor 23% acima na comparação com o ano passado.