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O milho sumiu

Com exportações próximas de 29 milhões de toneladas em 2015 e um consumo interno anual na casa de 56 milhões de toneladas, o milho sumiu do mercado brasileiro. Simplesmente começa a faltar milho para indústria da alimentação humana e animal, de Norte a Sul do país. Sem falar da cotação do produto, que está nas alturas. A conta é simples. Consumo atual mais exportação somam 85 milhões toneladas, para uma safra entre 84 milhões e 85 milhões de toneladas.

Zero mata zero, embarques e demanda doméstica consomem toda a produção de um ciclo. Restaria ao Brasil recorrer aos estoques. Aí, outro problema. Até pouco tempo, técnicos da iniciativa pública e do ambiente privado calculavam um estoque na casa das 10 milhões de toneladas. Ocorre que esse volume não passa das 4,5 milhões de toneladas. Muito baixo para a época e para demanda interna, principalmente para a indústria de ração, o que afeta sobremaneira a cadeia das carnes.

Enquanto a produção da temporada abastecia com folga demanda interna mais exportação, ninguém se incomodava muito com os estoques. O furo apareceu agora.

Mas como assim? Os estoques também sumiram? Na verdade, ocorreu algum erro de cálculo, que passou desapercebido enquanto existia muito milho no mercado. Enquanto a produção da temporada abastecia com folga demanda interna mais exportação, ninguém se incomodava muito com os estoques. O furo apareceu agora, quando o país foi recorrer a eles, que estão abaixo da metade do que se imaginava. Consumimos demais e exportamos demais. O que não é ruim. Mas é preciso se preparar para isso.

O resultado está na cotação do cereal, quase que a preço de ouro, a considerar o valor médio da saca pago um ano atrás. O Paraná fechou a sexta-feira com negócios a R$ 40 por saca em algumas regiões. A média do dia foi de R$ 32,62, contra um preço médio R$ 20,60 em janeiro de 2015.

Outro efeito colateral da escassez e da valorização do produtor será verificado na próxima safra, a chamada safrinha ou segunda safra de milho. O volume estimado pela Expedição Safra tem potencial para mais de 55 milhões de toneladas. Esse número, somado às quase 30 milhões da safra de verão, que está sendo colhida, leva a oferta total em 2016 para 85 milhões detoneladas.

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