A oferta pública de ações do Banco do Brasil acontece em meio a fortes quedas na Bovespa. Ameaça repetir-se, em menor escala, o desânimo do fim de 2002. Naquela época, trabalhadores poderiam usar recursos do FGTS e aderiram à oferta rapidamente. Coube aos experientes investidores institucionais rejeitar e inviabilizar a colocação. Temiam que o governo do PT gerasse prejuízos aos acionistas minoritários.

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Erraram. De 2003 até hoje, ações ON do Banco do Brasil acumularam rendimento de 511% apesar da recente queda. Do ponto de vista dos futuros compradores, a baixa de 23,8% dos últimos 30 dias aumentou o potencial de ganho no longo prazo.

O Banco do Brasil foi socorrido pelo Tesouro Nacional no início do Plano Real e se recuperou rapidamente – tem conseguido ganhos anuais de mais de 20% sobre o capital próprio. No último exercício, atingiu uma invejável rentabilidade de 32,5%. Tais resultados são surpreendentes para uma instituição que acumula dois objetivos muitas vezes contraditórios: fomentar o desenvolvimento e gerar lucros para os acionistas.

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Essa dupla missão torna as ações do BB mais voláteis do que as de seus pares. O maior risco é compensado por um desconto em relação ao preço de seus concorrentes mais próximos. Considerando-se os três indicadores mais populares na análise fundamentalista (P/L, P/VPA e Rendimento de Dividendos), as ações do BB são relativamente mais baratas dentro do segmento bancário, tão vitorioso nos últimos dez anos. Confira no gráfico abaixo.

Um fato positivo nessa oferta é a intenção do BB de ingressar no Novo Mercado da Bovespa, que exige muitos avanços em termos de governança corporativa. A combinação de uma gestão profissional e transparente com uma marca centenária, avalizada pelo Tesouro Nacional, pode dar ao Banco do Brasil uma importante vantagem competitiva.

Em tempo: rentabilidade do passado não é garantia de rentabilidade no futuro. Ações são investimentos de risco e só devem ser compradas por investidores que visem a retornos no longo prazo e que mantenham carteiras diversificadas.

O leitor pergunta

– Tenho R$ 20 mil para aplicar e estou pensando em comprar ações. Seria um bom momento?

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– Oportunidades começam a surgir na bolsa, mas ninguém sabe onde está o fundo do poço. Eu dividiria o capital em dez parcelas iguais e compraria gradualmente. E não se esqueça de diversificar.