Hoje, respondo mais detalhadamente a duas perguntas de leitores. Em tempos de grandes incertezas no mercado financeiro, começa a haver um grande desconforto entre os investidores brasileiros. Novatos estão assustados com as bolsas e antigos aplicadores em renda fixa incomodam-se com os baixos rendimentos.
1) Recentemente, vendi um apartamento que se encontrava desocupado e só me dava despesas. Com o dinheiro da venda, paguei algumas dívidas e apliquei o restante em fundo de renda fixa e no mercado de ações. Fiz isso da seguinte forma:
Fundo de Renda Fixa 50%
Fundo de Ações Petrobras 20%
Fundo de Ações Dividendos 20%
Fundo de Ações Vale 10%
Então pergunto, neste momento de sobe e desce do mercado financeiro, o que devo fazer com os meus investimentos? Pretendo deixar este dinheiro aplicado por um ano.
Minha resposta: meu amigo, não é nada fácil. Trocar a segurança psicológica de um imóvel pela montanha-russa das bolsas costuma gerar muitas apreensões. Ações têm sido bem rentáveis em prazos longos, acima de dez anos, mas é quase impossível fazer previsões consistentemente corretas em intervalos curtos. Prever o que acontecerá com a bolsa em um ano é algo bastante arriscado.
Se você precisa realmente sacar dinheiro em um ano, deve rever sua carteira, ou seja, diminuir o percentual em ações e aumentar o percentual em renda fixa. Talvez, não seja a melhor forma de ganhar, mas pelo menos é a melhor forma de não perder. Se isso lhe interessa, seja então mais conservador.
2) Vale a pena aplicar o dinheiro do dia-a-dia que será gasto em menos de 30 dias?
Minha resposta: geralmente não vale a pena. Primeiro, porque você terá que pagar CPMF de 0,38% ao transferir o dinheiro de sua conta corrente para a conta investimentos. Segundo, porque, se for aplicar em caderneta de poupança, seu ganho será zero, caso não espere até a data do aniversário, 30 dias depois. Terceiro, porque, se aplicar em CDBs ou em fundos de renda fixa, vai pagar o IOF. Esse imposto tem uma alíquota decrescente e só é zerado com 30 dias.
Além disso, o investidor de curto prazo sempre pagará 22,5% de IR sobre os rendimentos brutos. No caso de fundos, ainda temos que pensar nas taxas de administração, que geralmente são muito altas quando se pensa em aplicar quantias pequenas.
Resultado: diante da queda na taxa Selic nos últimos meses, é praticamente impossível você encontrar uma aplicação com prazo inferior a 30 dias que encontre uma remuneração compensadora. A única saída é planejar melhor e sacar sempre depois de 30 dias de prazo.
mauro@halfeld.com.br
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