O mês de janeiro foi embora e o Ibovespa passou por uma pequena montanha russa. Na virada do ano estava com 45 mil pontos. Dez dias depois acumulava perda de 7%, atingindo 42 mil pontos depois de discursos assustadores de Hugo Chávez, da queda do petróleo e de algumas commodities no mercado internacional.
Bastou o lançamento do novo celular da Apple e da divulgação de outras boas notícias no mercado internacional para que os investidores voltassem a acreditar no mercado de ações. Estamos de novo nos 45 mil pontos.
Quando eu desconto a inflação pelo IGP-DI, percebo que estamos vivendo um momento sem igual na historia do índice Bovespa. Temos agora quatro anos de consecutivas vitórias das ações. Fato inédito! Naturalmente, uma multidão de novatos é atraída para o mercado. E quase todos ficam empolgados.
Semana passada, fui fazer um check-up com um cardiologista. Ele logo me mostrou uma inteligente planilha eletrônica que atualiza seu patrimônio em ações a cada minuto.
Quando lhe perguntei se consultar demais a planilha não faria mal a seu coração, o simpático médico respondeu que não. Ele teria um plano firme para o longo prazo. Dez anos talvez.
Tomara que todos os que hoje vibram com os belos resultados das ações tenham estudado bastante neurologia e psiquiatria para terem nervos de aço nos momentos em que os ventos virarem. Afinal, quedas são inevitáveis nas bolsas. E algumas são pra lá de fortes. Em 1990, após o Plano Collor, e em 1987, com o fracasso do Plano Cruzado, o Ibovespa perdeu 74% em relação ao IGP-DI. Isso mesmo, 100 reais aplicados em janeiro valeriam apenas 26 reais no final daqueles anos. Haja coração!
Em tempo: no próximo dia 9 a Bovespa lançará o POP. Trata-se de um produto inovador que vai limitar as perdas dos investidores em ações em troca de uma redução no ganho total na hipótese de uma alta. Os pequenos investidores em POP poderão embarcar numa aeronave carregando um pára-quedas. Detalhes do POP serão discutidos na próxima coluna.
O leitor pergunta:
O colégio de meu filho oferece um desconto de 10% se eu pagar antecipadamente todas as 12 mensalidades. Vale a pena?
Quem estiver endividado no cheque especial ou no cartão de crédito não deve aceitar a oferta. Mas quem estiver com dinheiro aplicado em renda fixa encontra aí uma oportunidade de ganho extra. Antes de aceitar a proposta, dê uma conferida na saúde financeira da escola. Se ela passar na sua avaliação, pague à vista.