Ao longo da última década, como têm mostrado vários estudos, a desigualdade, uma das nossas maiores chagas, vem caindo no Brasil. Mas as duas principais regiões metropolitanas do país, Rio e São Paulo, não têm conseguido acompanhar essa melhora. No Rio, de 1995 para cá, a desigualdade caiu só um pouquinho. Em São Paulo, ela praticamente se manteve estável.
O cálculo foi feito pelo economista André Urani, do Iets, com base na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad), do IBGE. Existem várias formas de se medir a desigualdade, o Índice de Gini é uma delas. E ele é que está mostrando tanto que as regiões metropolitanas do Rio e de São Paulo estão ficando para trás neste avanço, como também que, em 2006, pela primeira vez, a desigualdade identificada no Rio foi maior que a do Brasil, como mostra o gráfico.
O que existe hoje é mais queda da desigualdade entre os municípios, e não dentro dos municípios. Isso explica bastante porque, nos grandes centros, não sentimos que a desigualdade esteja caindo diz Urani.
O trabalho está sendo preparado para o próximo encontro da série de debates "O Rio além do petróleo", desenvolvida pelo Iets e patrocinada pelo Instituto Brasileiro do Petróleo. Em 6 de dezembro, acontece o segundo seminário. A idéia desses eventos é justamente tentar entender o que está acontecendo com o estado do Rio; em que ponto ele se perdeu no caminho.
Na primeira etapa, identificaram já uma enorme diferença de crescimento entre as várias regiões do estado, com a metrópole, que concentra 75% da população, em queda.
No último ano, a renda domiciliar per capita cresceu 12% na região metropolitana do Rio. Vinha de 10 anos ruins. Nessa década, só não caiu mais que o 1% registrado por causa da renda dos aposentados. Agora, o que cresceu foi a renda do trabalho, explica Urani, e não a vinda do petróleo ou das pensões. Contudo, o estado está retomando o crescimento sem que isso signifique queda da desigualdade.
Temos algumas pistas para entender por que isso está acontecendo. Uma delas é o fato de muitas empresas terem saído das metrópoles; o emprego cresceu principalmente fora das grandes cidades. Além disso, como os programas de transferência começaram pelas cidades que tinham mais carências, isso pode ter influído.
O que os dados mostram é que Vieira Souto e Complexo do Alemão continuam muito distantes. Muito mais do que o Rio é capaz de tolerar.
Um ponto
Guilherme Vinhas, sócio do Vinhas Advogados, está assessorando algumas empresas nesta nona rodada. Na visão dele, o momento é "superadequado". Não só pelo preço do petróleo, mas também pelo fato de o Brasil ser um país estável e sem possibilidade de guerra. A novidade, diz, é a participação de algumas companhias brasileiras que são grandes consumidoras de energia, como a Vale do Rio Doce. A notícia velha é que, como de hábito, a Petrobrás continua parceira em quase todos os investimentos.
Outro ponto
Daniela Gusmão, do Toz-ziniFreire Advogados, acha que um dos pontos importantes desta nona rodada é que ela será beneficiada por maior segurança jurídica. Isso porque está sendo resolvida uma discussão tributária quanto à cobrança de imposto para importações temporárias de equipamentos. Daniela acredita que a sensação hoje é a de que "o governo do Rio de Janeiro tem interesse em ser parceiro das empresas de petróleo", ou seja, não quer entrar em brigas maiores.
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