Não dá para dizer que o dólar, que continua caindo sem parar, tem ajudado muito. Mas, mesmo com a moeda americana jogando contra as exportações brasileiras de produtos agrícolas, o preço internacional dos grãos tem crescido o suficiente para fazer com que a receita do setor aumente. A previsão é de que, no ano que vem, ela seja recorde em reais. Enquanto isso, o preço de alguns insumos também não pára de subir.
Entre eles, um tem chamado a atenção pela forte alta de preços no último ano: os fertilizantes, adubos químicos para a terra. Em 2007, seu preço cresceu, em média, 35%. Em torno de 60% do produto consumido no país são importados. Assim, só não houve um problema maior porque, como o dólar caiu, o impacto do preço em reais diminuiu.
Cada lavoura usa mais ou menos fertilizante. Depende. Cerca de 78% do que é utilizado no Brasil vão para as plantações de soja, milho, cana-de-açúcar, café e algodão, as grandes da nossa pauta agrícola.
Subiu muito o preço internacional da matéria-prima para fertilizantes. Isso porque vem crescendo a demanda mundial por alimentos e também devido à produção dos biocombustíveis. Mesmo no ano que vem, o preço dos fertilizantes deve continuar alto, pois eles estão escassos. Isso só deve começar a dar sinais de melhora em 2009 diz André Pessôa, da Agroconsult, que hoje vai divulgar um levantamento sobre esse mercado.
O que acontece é que a oferta não está conseguindo acompanhar o aumento da procura. Existem hoje, conta André Pessôa, cerca de 50 projetos no mundo de expansão de fabricantes de fertilizantes. De qualquer forma, são necessários pelo menos dois anos para que essas indústrias consigam atender à demanda.
O que está havendo hoje, portanto, é um aumento forte no preço de um insumo importante. Isso faz com que os custos subam e que seja preciso recalcular os gastos. A sorte dos produtores de commodities tem sido o seu aumento de preço internacionalmente.
Há um outro ponto. O preço das máquinas agrícolas, fundamentais para a plantação, ainda não começou a subir. Mas isso tende a acontecer no médio prazo. A venda delas cresceu 100% em agosto; no ano, deve crescer 40%. Como estão voltando a antigos patamares de venda, até agora seu preço não está pressionando.
No entanto, mesmo com custos altos em 2008, espera-se um excelente ano para o setor agrícola. O gráfico abaixo mostra o crescimento da produção e da receita dos grãos.
A agricultura pode até perder alguma rentabilidade, mas a receita será recorde afirma Fabio Silveira, da RC Consultores.
As quedas
A cada dia, um novo recorde no barril de petróleo. Ontem foi mais um. Enquanto petroleiras (e Vladimir Putin e Hugo Chávez, entre outros) vão aproveitando momentos de petróleo em preços nunca dantes vistos, a Petrobrás enfrenta alguns problemas por aqui.
No ano, como mostra o gráfico, a produção nacional do óleo está, em média, nos 1,795 milhão de barris/dia, o que é só 1% acima dos 1,777 milhão de barris/dia de 2006. Desde julho que a produção vem caindo.
Entre as explicações, estão paradas preventivas em plataformas, escassez de equipamentos no mercado internacional; mas, também, uma dificuldade da empresa em resolver problemas. As disputas políticas estariam impedindo a Petrobrás de melhorar sua performance.
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