Uma pesquisa com inadimplentes feita pela Serasa Experian mostra que a maioria não tem ideia do valor da dívida ou das parcelas em atraso. Seis em cada dez disseram que costuma faltar dinheiro no fim do mês. E quase metade da renda mensal deles está comprometida com o pagamento de dívidas. Nos últimos anos, o crédito veio fácil. O difícil, para muitos brasileiros, é conseguir pagar as contas.
Foram ouvidos 250 inadimplentes nessa pesquisa que será divulgada hoje pela Serasa. Quando questionados sobre os motivos para não conseguirem pagar suas dívidas, 41% apontaram o desemprego, como explica Maria Zanforlin, superintendente de serviços ao consumidor da instituição. Mas essa não é a única razão. Há os que comprometeram parte da renda com reforma ou financiamento da casa e do carro; outros disseram que a situação financeira piorou devido ao descontrole nos gastos. O aumento do custo de vida também aparece entre os motivos. Como a inflação "come" parte da renda, acaba sobrando menos para o pagamento de dívidas ou contas do dia a dia. "O acesso ao dinheiro foi facilitado, não é difícil conseguir uma linha de crédito de cheque especial, cartão de crédito. Os consumidores sabem que elas são caras, mas não veem alternativa na hora do sufoco. Falta planejamento, entender que se deve gastar de acordo com o que se ganha", diz Maria. A pesquisa mostra também que para 30% dos inadimplentes a situação financeira piorou um pouco ou muito nos últimos dois anos. O período coincide com a desaceleração da economia, alta da inflação e permanência da inadimplência em patamares elevados.
Mesmo com o ótimo momento do mercado de trabalho, a queda da inadimplência das pessoas físicas tem sido lenta. Em um ano, a redução foi de 1,2 ponto porcentual, caindo de 8,2% do total do crédito livre, em setembro de 2012, para 7%, em setembro deste ano, segundo o Banco Central. Em algumas modalidades, ela ainda é muito alta. No cartão de crédito, chega a 24,6% das operações; no cheque especial é de 8,5%, acima da média. A melhora dos pagamentos para a compra de veículos ajudou na redução da taxa.
Argentina
Um integrante do governo argentino contou à coluna que havia incompatibilidade entre Axel Kicillof , o novo ministro da Economia, que tomou posse ontem e Guillermo Moreno, o polêmico ex-secretário, homem forte de Cristina, que renunciou. Moreno era todo-poderoso na economia, quando o então ministro da pasta, Hernán Lorenzino, tinha pouca exposição. Para que Kicillof pudesse dar ordens, mandar, de fato, não podia ter Moreno por perto. Seriam dois economistas dividindo o mesmo espaço e o poder.
Fed andando em círculos
A leitura da ata do Fed deixa mais clara a indecisão do BC americano sobre a retirada dos estímulos. Várias propostas foram discutidas na reunião do dia 30, mas não houve consenso. Entre as ideias, estabelecer uma taxa menor para o desemprego, como gatilho, e o anúncio antecipado do montante de compras em um calendário pré-estabelecido. Nada ficou decidido, e o Fed apenas disse que vai continuar discutindo e monitorando os dados nos próximos meses. Um único membro votou pelo fim imediato da injeção de dólares na economia.
Menos inflação
O Departamento de Estudos Econômicos do Bradesco revisou de 5,9% para 5,85% a projeção de inflação deste ano. Na conta, está incluída uma estimativa de alta de 4,5% no preço da gasolina, na bomba.
Passado preservado
O governo já não vê como prioritário o projeto de rever retroativamente a dívida dos estados e municípios. Abandonar a ideia é um bom começo para recuperar a confiança nas contas públicas.
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