Você está aí se preparando para a semana santa, envolvido com ovos de chocolate e bacalhau... “Só que não”, exclamaria o nobre leitor. Como muitos brasileiros (e, especialmente, curitibanos) endividados, é mais provável que você esteja estudando opções mais baratas e contendo gastos. Mas como anda o plano 2015 para o seu negócio?
Chegamos ao final do primeiro trimestre do ano e é de se duvidar que seu plano elaborado nos longínquos meses de setembro ou outubro do ano passado tenha sobrevivido intacto diante da montanha russa que se transformou a economia de nosso país. Basta navegar por cinco minutos no site de Economia da Gazeta do Povo e a vertigem logo vem. Demissões substanciais em empresas de telecomunicações e em montadoras de automóveis (no mínimo férias coletivas). Previsão de aumento de impostos e possibilidade de criação de novos. Previsão de queda no PIB e redução de investimentos públicos e privados. Recordes negativos em várias séries históricas, como o déficit das contas públicas, com o pior resultado desde 1997.
E por aí vai! Com o mar revolto, o comandante precisa estar ainda mais atento aos mapas náuticos e a todos os seus instrumentos de navegação. E você, comandante, o que está fazendo?
Hora de rever estratégias
Em situação normal já seria saudável uma revisão de estratégias no final do primeiro trimestre. Em situação de mar revolto, torna-se crucial. Setores da economia que driblavam a crise no ano passado, agora estão também chacoalhados, como, por exemplo, é o setor de educação superior impactado pelas mudanças no programa de financiamento estudantil (Fies). Assim, discutir com a equipe sobre os direcionamentos inicialmente propostos pelo plano 2015 torna-se uma atividade de sobrevivência nesse cenário. Redirecionar esforços para clientes e segmentos menos impactados pela crise, rever políticas comerciais e de preço, e reforçar o relacionamento com clientes atuais são exemplos de temas importantes a serem discutidos de maneira urgente.
Responsabilidade pelos resultados
Toda empresa precisa produzir resultados, sob pena de não sobreviver ou encolher a tal ponto que gere prejuízos não somente a acionistas, como a colaboradores, fornecedores e suas famílias. Isso não é interessante para ninguém. Assim, paralisar diante do que vivemos atualmente no Brasil não é uma opção. É preciso coragem, em primeiro lugar para fazer uma nova leitura do próprio ambiente de negócios em seu segmento (clientes, fornecedores, tecnologias e etc.).
Diante dessa leitura, é preciso propor mudanças no plano 2015 para redirecionar os esforços para caminhos mais promissores. E não se trata apenas de redefinir o alvo, mas redefinir formas de trabalhar para tornar-se mais competitivo, apertando margens em negociações, investindo em excelência operacional e relacionamento com cliente, conectando-se de maneira ainda mais determinante às suas necessidades e ajudando-os a enfrentar seus desafios. Preocupe-se em fazer o seu cliente ganhar mais dinheiro ou economizá-lo e será apenas uma consequência natural você também ganhar.