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Por que não nos orientamos pelos indicadores?

Nas recentes semanas, falamos aqui nessa coluna sobre inovação e produtividade, olhando para um contexto internacional. No último dia 20 publicamos aqui que o Brasil ocupa o 70º lugar no ranking de inovação (Global Innovation Index 2015) entre 141 países avaliados. Como uma coisa anda a par e passo com a outra, não é surpresa verificar que no ranking de competitividade o Brasil esteja ocupando a 75ª posição dentre 140 nações avaliadas. Essa foi a informação divulgada na última semana através do Relatório Global de Competitividade, elaborado pelo Fórum Econômico Mundial (WEF da sigla em inglês), e que teve como parceiro local para os levantamentos a Fundação Dom Cabral (FDC).

Brasil tem a pior posição desde que o ranking é divulgado.

Seguindo na linha das quebras de recordes históricos negativos, como tantos outros indicadores de economia, negócios, desenvolvimento e qualidade de vida, o ranking de competitividade coloca o Brasil na pior posição já registrada para nosso país. Já havíamos ficado com o constrangedor 48º lugar em 2012 como melhor marca, e agora o vergonhoso pior desempenho da série histórica, para um país que figura entre as 10 maiores economias do mundo. E nesse caso a queda foi de vertiginosas 18 posições desde o último estudo, tamanho é o desalinho de nossas práticas com as necessidades de competição global.

Temos uma sugestão para pauta de melhorias!

Muitos podem encarar esses rankings como “publicidade” dos países desenvolvidos, e um jogo de cartas marcadas. Na verdade é mais sério e técnico do que isso. São 118 variáveis analisadas em 12 categorias, com dados recolhidos e tratados estatisticamente a partir de pesquisas de opinião com executivos dos países avaliados. Assim, poderia ser considerado, inclusive, como uma sugestão de pauta de melhorias, uma vez que os indicadores são claros e comparativos com outras economias. Líderes da iniciativa privada e pública poderiam servir-se desse menu de indicadores para buscar melhorar o desempenho de nossos negócios , implantando ações que colaborem diretamente para a melhoria nas deficiências apontadas.

Onde pecamos e precisamos melhorar?

Dentre as 12 categorias avaliadas, o Brasil apresentou piora em 9 nessa última edição. Os itens que mais sofreram e influenciaram negativamente nossa avaliação estão ligadas a representatividade das instituições, ambiente econômico, saúde e educação, além de indicadores que tratam da inovação e nível de sofisticação do ambiente empresarial. Itens como tecnologia e infraestrutura observaram ligeira melhora. A pesquisa com executivos brasileiros, com apoio da FDC, apontou que a alta tributação, leis trabalhistas restritivas, corrupção, alto grau de burocracia e atraso na infraestrutura estão entre os principais motivos para nossos negócios não serem competitivos. Aí estão os pontos a se buscar melhoria, através de iniciativas práticas e pressões da iniciativa privada, e ações de fomento e regulamentação do poder público. É imprescindível fazer algo agora e já, pois outros países estão fazendo sua lição de casa, deixando-nos para trás. Esse é o exemplo do Chile, que ficou em 35º. Lugar – tão perto e tão longe do Brasil.

Fica o consolo de que a Suíça ocupa o primeiro lugar de ambos os rankings de inovação e competitividade. Consolo pelo menos para os suíços.

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