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Overgame

Street Fighter mantém acesa chama dos arcades

Nova versão do Street Fighter: mesmos menus e mesmos personagens, mas com alguns bugs a mais | Divulgação
Nova versão do Street Fighter: mesmos menus e mesmos personagens, mas com alguns bugs a mais (Foto: Divulgação)

Muitos pensam que os fliperamas estão mor­­tos. E eles estão certos. Poucos países, no entanto, ainda mantêm uma cultura baseada em grandes máquinas desenvolvidas especialmente para serem jogadas em espaços públicos. Um destes países é o Japão, que possui lojas gigantescas com milhares arcades dos mais variados tipos possíveis, de simulador de bandas a réplicas quase reais de cabines de aviões. Se o leitor digitar os termos "crazy + arcade + japanese" no Youtube, poderá contemplar parte das maluquices criadas pe­­los nipônicos.

Por isso, ainda faz sentido que algumas empresas lancem versões de jogos exclusivos para os fliperamas, normalmente com mais atrativos, tanto de jogabilidade quando de potência. Muitas dessas máquinas têm poder de processamento de dezenas de computadores. A Capcom, uma das que mais produz para o setor, lançou em dezembro do ano passado uma versão bombada de um de seus maiores sucessos na atual geração de consoles, Street Fighter IV. Com mais personagens, o principal diferencial de Super Street Fighter IV Arcade Edition era um ajuste fino nos comandos (milissegundos fazem a diferença em jogos do estilo) e um maior balanceamento entre os lutadores, diminuindo a diferença entre os muito fortes e lentos e os muito rápidos e fracos.

Os ajustes foram tão significativos que correu o mundo. No Ocidente, onde não se tem mais acesso a este tipo de equipamento, principalmente pelo preço, os jogadores imploraram para que a Capcom levasse para os consoles e computadores uma versão idên­­tica aquela em que os japoneses estavam torrando suas fi­­chas. Em julho deste ano, o pedido se concretizou.

SSFIV Arcade Edition traz todos os personagens das duas versões anteriores, entre eles os clássicos Ryu e Chun-li. Os jogadores terão uma grande variedade de estilos de lutas com os 39 lutadores. Destes, três voltam à série pela primeira vez em alta resolução: Yun, Yang e Evil Ryu. Apenas o diabo azulado Oni nunca havia aparecido em nenhum dos mais de dez jogos antecessores. Como um todo, o Arcade Edition é muito parecido com SSFIV – nem a introdução foi mudada.

Os menus são idênticos, com os modos "Arcade", "Versus", "Battle", "Challenge", "Training" e demais funções de configuração. Como já dito, o que o jogador vai encontrar neste lançamento são pequenos refinamentos na jogabilidade. Os gráficos continuam mantendo o estilo artístico inspirado em aquarelas.

De ponto negativo vale a pena ressaltar o trabalho preguiçoso da Capcom. No modo "Battle", por exemplo, os jogos antigos traziam sempre uma introdução antes das lutas com uma contextualização entre os dois oponentes. No Arcade Edition continuam as histórias antigas, mas a produtora se esqueceu de acrescentar as vinhetas dos novos personagens. Além disso, há bugs incompreensíveis, como na seção "Chal­­lenge", onde se deveria apren­­der a usar os novos personagens, mas uma mensagem surge na tela avisando que o modo é incompatível com o Arcade Edi­tion. Além disso, itens comprados nas antigas versões, como roupas, não são habilitados. Prova­velmente o jogador te­­rá que gastar uns trocados a mais.

De qualquer modo, SSFIV Ar­­cade Edition reaviva as lembranças dos áureos tempos em que se jogava em lojas de rua, criando toda uma cultura. Quem gostava de jogos eletrônicos no começo dos anos 90 sabe da importância da marca Street Fighter. As máquinas da série podiam ser encontradas em todos os lugares, até nas rodoviárias. Tanto é que uma versão pirata foi apelidada de "Street de Rodoviária", transformando os bugs em golpes. Os bugs atuais, entretando, não são tão divertidos.

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