Existem muitas maneiras de conquistar a mulher amada. Caso você não tenha sido projetado na mesma forma de Brad Pitt, é bom começar a dar um bom trato no visual. Talvez o primeiro caminho seja fazer a inscrição numa academia. Depois seria bom aparecer por lá. Fazer uma busca pela internet atrás de boas frases pode ter algum efeito no objeto de desejo. Trabalhar muito e ser bem-sucedido, dizem, abre as portas dos corações. Ou aprenda a fazer tortas e doces. Se a última afirmação não lhe parece muito lógica é porque, provavelmente, ainda não colocou as mãos em um dos melhores jogos do ano.
Direto da loja online da Sony, na qual se pode adquirir games por preços muito mais baratos que nas lojas físicas (para quem tem cartão internacional), Fat Princess arrebatou a crítica com uma mistura bizarra de uma história medieval com gráfico infantilizados e jogabilidade muito bem calibrada. Basicamente é um jogo no estilo "capture a bandeira".
Dividido em dois times de 16 participantes, o game leva o jogador a salvar sua princesa capturada pelos inimigos, ao mesmo tempo que precisa manter em cárcere a donzela adversária. Várias classes de personagens estão disponíveis para tornar a missão menos dura. Com poderes diferentes, pode-se escolher entre trabalhador, mago, arqueiro, padre e guerreiro. Há a possibilidade de mudar de classe em qualquer momento do jogo. A desenvolvedora Titan Studios anunciou ainda que poderá incluir ninjas e piratas em um futuro próximo.
O melhor de Fat Princess está na criativa forma encontrada pela produtora para dificultar o resgate. A única forma de retirar a princesa da base inimiga é carregá-la "no braço" até seu castelo. Quanto mais leve estiver a seqüestrada mais fácil será o transporte. Por isso, para evitar que a princesa que já está em seu poder seja recuperada o jogador deve alimentá-la com muitos doces, bolos e outras guloseimas, o que a fará engordar aos poucos até se tornar um peso demasiadamente grande para um exército inteiro carregar.
Divertido, criativo e polêmico. Não demorou para algumas feministas mostrarem seus descontentamentos e tecerem críticas. Para a blogueira Melissa McEwan, do site Shakesville, o título pode ser ofensivo para as mulheres gordas. "Obrigado pelo seu incrível novo jogo, Sony", ironizou. James Green, diretor de arte da Titan, respondeu: "Não sei se isso melhora ou piora as coisas, mas quem criou o visual, os personagens e tudo mais foi uma mulher".
Mas um jogo não vive só de polêmicas. Em Fat Princess também é necessário coletar itens para aumentar o nível das armas e das defesas do castelo. Nos confrontos, a produtora abusou do vermelho e sangue não faltará durante as brigas. A melhor forma de desfrutar todo o potencial do jogo é nas partidas online, nas quais o jogador escolherá um time para defender seu território. Com a possibilidade de até 32 jogadores multiplayer, é preciso armar bem uma estratégia para não morrer em poucos segundos e ver sua princesa ainda magra escapar pelos braços adversários. Além do "capture a bandeira", o jogador poderá passar horas em outras modalidades, como "mata-mata" (todos devem se matar até sobrar apenas um time), "gladiate" (contra o computador) ou "invasion" (o objetivo é dominar a maior parte do mapa).
Como o objetivo não segue um roteiro pré-determinado, Fat Princess certamente garantirá muitas horas de diversão, principalmente nas partidas online. É mais um dos jogos que ganham destaque pela simplicidade, criatividade e pelo preço mais acessível.