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Talento em pauta

Alta rotatividade de funcionários

O assunto de hoje pode parecer um verdadeiro enigma para muitas empresas. Quando a rotatividade de profissionais na empresa, ou em algum setor específico, está grande, é sinal de que há algo errado acontecendo? Essa deveria ser a pergunta principal dos empregadores e gestores para com suas equipes.

Mas, antes de falarmos sobre as principais causas que levam a isso, é bom relembrar que a circulação de profissionais no mercado é um movimento, ou fenômeno, totalmente natural. A oferta e demanda nos diferentes setores oscila o tempo todo. Assim como a "dança de cadeiras", como alguns chamam, faz parte do ciclo de vida profissional de todos, à medida que as necessidades das pessoas mudam de acordo com sua idade, que sua qualificação também avança, e para onde seus interesses e fatores motivadores de carreira apontam em momentos específicos.

Porém, até que ponto esse "rodízio" é saudável dentro de uma empresa? Por que algumas empresas parecem simplesmente não conseguir segurar seus funcionários?

Há algumas coisas que toda empresa deve ter em mente no momento de contratar mais colaboradores. A primeira está na própria contratação. A escolha deve ser pelos profissionais que consigam contribuir, de maneira efetiva, com o crescimento da empresa isso envolve os valores, a personalidade, a qualificação e a experiência dessa pessoa. A segunda está ligada à estrutura física. Ou seja, a empresa deve oferecer todos os subsídios e recursos necessários para que essas pessoas desempenhem suas tarefas com qualidade e segurança. A terceira é o planejamento da própria empresa. O emprego deve encantar seus futuros funcionários, oferecendo oportunidades de desenvolvimento prático, com desafios constantes, e de conhecimento técnico, subsidiando e influenciando com qualificações e cursos.

Quando algum desses itens está em desequilíbrio, por influência da empresa ou do profissional, a permanência dos profissionais começa a ficar questionável.

Com a saída e entrada constante de colaboradores, inevitavelmente a empresa começa a sentir prejuízos. Primeiro por que a linearidade da produção e desenvolvimento de projetos é prejudicada sobretudo em empresas de pequeno e médio porte, pois se perde tempo, energia e dinheiro treinando um profissional que não ficará muito tempo naquela função/empresa; e segundo, perder um funcionário que entrou na empresa há pouco significa, também, que ele mal teve tempo para gerar frutos e resultados.

Isso tudo é péssimo não somente para o profissional e para a empresa, mas também para os clientes e fornecedores. O relacionamento de compra, venda e fornecimento de produtos e serviços é construído com base na confiança entre os colaboradores das partes envolvidas. Sendo assim, uma troca constante de profissionais força a reconstrução desse relacionamento a todo momento, colocando em risco condições especiais de compra e descontos envolvidos, que só foram obtidos justamente pela durabilidade do relacionamento anteriormente construído. Além, é claro, de que a empresa com alta rotatividade começa a vender uma imagem ruim de si, mostrando que não sabe gerir sua mão de obra eficientemente, a ponto de conseguir mantê-la no emprego de maneira estável.

E quais os principais motivos para levar a empresa a essa instabilidade?

Primeiro de tudo, o salário abaixo da média. A empresa não tem a obrigação de pagar acima da média, mas pagar mal torna muito fácil a evasão para a concorrência. A empresa precisa se dedicar em reter as pessoas que têm boa produtividade. Dar um salário adequado à média do mercado, ou até mesmo acima dessa linha é um bom investimento - dependendo da empresa, do cargo e do tempo de experiência do profissional.

Cultura é outro fator importante. Se ela for de fácil aceitação, assim como o estilo de gestão, isso ajuda a reter as pessoas. É preciso tomar cuidado com fatores como a liberdade do profissional, o relacionamento formal ou informal demais que se tem entre funcionários etc. A cultura ajuda a definir também o comportamento moral do funcionário, por isso a necessidade em ser bem definida.

Por último e ainda mais recorrente, a principal razão da evasão contínua de funcionários é o recrutamento mal executado. É comum empresas, sobretudo as familiares, recrutarem parentes ou indicações de amigos. Não analisar devidamente o comportamento, assim como não coletar referências de mercado é arriscado para quem contrata. As redes sociais têm ajudado muito nesse quesito, sobretudo na análise comportamental dos candidatos. No momento da escolha, é importante que seja dada preferência aos que têm seus objetivos e comportamento olhando na mesma direção dos da empresa.

Recrutar pessoas é difícil e qualquer erro prejudica a empresa (que pode perder muito dinheiro, tempo, clientes e credibilidade) e, sobretudo, os profissionais. Aproveite esse início de ano para avaliar todos esses fatores e, assim, solucionar qualquer conflito não solucionado anteriormente.

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