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Talento em pauta

Bullying corporativo

Você muito provavelmente já ouviu falar em bullying. Muito praticado nas escolas, o ato, feito individual ou coletivamente, tem como objetivo discriminar uma pessoa em específico. Apesar de já ter se tornado famoso e muitos terem consciência sobre a existência desse, não seria surpresa se eu dissesse que o bullying também ocorre no meio corporativo.Há algumas semelhanças com o escolar: discriminação por peso, altura, aparência (ou qualquer características física), sotaque, gentílico, naturalidade, qualquer coisa pode virar motivo de deboche. Mas há também diferenças. Enquanto no escolar existe, muitas vezes, a agressão ou intimidação física envolvida, no profissional pode haver calotes (exclusão do alvo de uma atividade ou tarefa), brincadeiras coletivas de mau gosto, humilhações públicas, entre outros.

O pior do bullying corporativo é a maneira silenciosa que ele cresce dentro da empresa. Geralmente o alvo fica quieto, não denuncia seus agressores – e esses têm cuidado para não deixarem que o resto da empresa perceba. Para os alvos que pensam em denunciar, os agressores geralmente ameaçam ou chantageiam de alguma maneira, tudo para que o alvo continue sofrendo.

O mau tratamento que a pessoa recebe geralmente acarreta em uma série de outras consequências: baixa autoestima, queda de rendimento no trabalho, depressão, pensamentos de vingança, atrasos, faltas ao trabalho sem motivo aparente, desculpas para não ter de ir trabalhar, isolamento, pedidos de mudança de setor. Não é preciso dizer que essas consequências também prejudicam a empresa e danificam seriamente a credibilidade do profissional.

A queda de rendimento e desempenho do profissional parecem não ter motivo aparente quando ele decide se silenciar e se isolar do grupo. Seus superiores e colegas não envolvidos no bullying acabam tendo uma percepção falsa do que está acontecendo.

Além de afetar psicologicamente o alvo, o problema, infelizmente, não é resolvido da noite para o dia. Pode acontecer até mesmo de passar de um emprego para outro, os apelidos principalmente. "Puxa saco", "enrolador", "queridinho do chefe", "preguiçoso", "papudo", "garanhão" entre inúmeros outros.

Feitos repetitiva e intencionalmente, o bullying geralmente não tem um motivo sério para acontecer, mas geralmente começa quando um colega se sente ameaçado. Pode ser por medo de ser ofuscado com o talento de seu colega, que o este seja promovido, ou mesmo com medo de ser demitido. Mas o que pode ser feito para evitar ou coibir esse tipo de prática dentro da empresa?

Muitas vezes isso está fora do alcance e dos olhos dos chefes e gestores, o que dificulta qualquer tipo de intervenção.

A primeira atitude cabível, claro, é não aceitar as provocações. O agredido não pode responder ou aceitar qualquer tipo de ofensa, pois isso é exatamente o que o agressor quer – é uma prova de que está conseguindo o deixar intimidado, irritado, triste, magoado.

Não guardar as mágoas no silêncio é a segunda coisa a ser feita. Denunciar este tipo de atitude ao superior certamente é a melhor coisa a ser feita para quem sofre do bullying ou presenciou o ato.

Mas, como qualquer outro possível problema que possa surgir na empresa, a melhor maneira de lidar com o assunto é o ponto três: fazer trabalhos preventivos.

Utilizar a comunicação interna da empresa com murais, comunicados, jornais e informativos ajudam muito na conscientização de todos os profissionais, que saberão como agir quando algo do tipo acontecer.

Outra boa opção é realizar palestras ou bate-papos entre os colaboradores. Pode ser o gestor ou mesmo que venha alguém de fora para falar com a equipe. O importante é que haja trabalhos de prevenção.

Caso a pessoa sempre tenha sofrido com a discriminação, procurar a ajuda de um psicólogo pode ajudar bastante a enfrentar os próprios complexos. A ajuda dos superiores, colegas de trabalho e principalmente da família são muito importantes nesse processo.

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Teste

Quando há algo de errado com alguém ou com a equipe, cada situação tem pistas para denunciar um problema. Vamos testar algumas situações e observar a maneira que os colegas reagem a diferentes situações:

1) Ao tecer elogios, há alguém que só se preocupa em mostrar o lado negativo do desempenho ou feitos de algum colega.

2) Ao pedir opiniões, sugestões, ou críticas, há alguém que "bota lenha" no assunto, sempre tendo como alvo uma pessoa em específico.

3) Você conhece os grupos de afinidade da sua empresa, certo? Recentemente alguém está "sozinho" e excluído do grupo sem motivo aparente.

4) Nos últimos tempos, alguns colegas têm evitado trabalhar juntos, seja como dupla ou grupo. Ao perguntar o motivo, ninguém quer revelar por quê.

5) Alguém apareceu com um novo apelido e agora todos só o chamam desta maneira. A pessoa concorda e não se importa que o chamem assim?

6) Após uma cena explícita de atrito ou desentendimento entre duas pessoas, várias outras demonstraram um comportamento diferente em relação aos envolvidos após o ocorrido.

7) Há algumas pessoas que falam ou fazem espécies de "códigos" ou "sinais" que pou­quíssimos entendem. Quando perguntados sobre isso, dizem que é apenas uma "brincadeira interna" ou coisa do tipo.

8) Em confraternizações ou eventos da empresa, há sempre alguém que se exclui ou procura não ir quando o outro está presente.

As situações são infinitas e difíceis de enumerar, aqui podem estar algumas das mais recorrentes talvez. Estar atento à união da equipe e garantir que todos tenham um bom relacionamento interpessoal é o ponto principal. É muito difícil todos estarem sempre satisfeitos um com o outro, mas aceitar as diferenças faz parte da vida de todos – pessoal e profissionalmente falando. Se você marcou alguma das alternativas, é bom ficar atento. Se marcou várias, com certeza há algo correndo por baixo dos panos com a equipe.

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