Uma empresa, ao realizar suas atividades, conta com suporte financeiro, pessoal e intelectual. O terceiro ponto pode ser adequado às necessidades, quando a empresa reconhece a importância de investir no seu capital intelectual, ou seja, no conhecimento e capacidade técnica de seus funcionários. Isso significa investir em bolsas de estudos e cursos de aperfeiçoamento que ampliem o conhecimento daqueles profissionais que já fazem parte do organograma da empresa. Essa é uma excelente forma de reter talentos, ainda mais hoje num momento em que o mercado de trabalho passa por uma escassez tão grande de mão de obra qualificada.
Não é de hoje que muitas empresas vêm investindo na ampliação de conhecimento de seus colaboradores. Isso se deve ao fato da maioria dos empresários e gestores já terem tomado consciência dos inúmeros benefícios em conceder aos seus talentos subsídios para que continuem estudando e aperfeiçoando seus conhecimentos.
Frequentemente relato em minha coluna sobre a importância de ser empregável. O profissional de hoje precisa estar sempre adequado às expectativas do mercado em geral. Já me referi inúmeras vezes sobre o grande erro que muitos profissionais têm de achar que o correto é atender às exigências da empresa. Esse equívoco é extremamente comum, mas o perfil mais almejado de profissionais é bem diferente desse modelo. O mercado se movimenta freneticamente. Há uma constância na busca de profissionais, logo é fundamental estar preparado para oportunidades diferentes daquelas que estamos habituados. Para isso, constante aprimoramento do conhecimento técnico/teórico é mais do que fundamental.
Porém, se pararmos para observar esse contexto, como ficam as empresas que correm o risco de perder seus melhores colaboradores para outras empresas? É por isso que após adquirir seus talentos, torna-se quase que uma obrigação por parte da corporação segurá-los a todo custo. Quem contrata sabe que encontrar os melhores profissionais no mercado já não é uma tarefa tão fácil assim. Ainda mais se essa busca for extremamente específica. Logo, encontrar o profissional adequado para uma posição e em seguida perdê-lo para uma empresa que ofertava condições melhores de trabalho, é algo impensável hoje em dia.
É aí que entram os investimentos em capital humano e capital intelectual. O capital humano seria aquilo que você investe para manter um profissional dentro da sua empresa: bons salários, benefícios e boas perspectivas para o futuro. O capital intelectual, por sua vez, seria todo o investimento feito para aperfeiçoar esses profissionais e torná-los adequados às necessidades da empresa. Isso é bom para ambas as partes, já que a empresa terá alguém capacitado em seus moldes, e o profissional tornar-se-á empregável, como citei no início do artigo.Esses investimentos podem ser desde cursos de especialização, como pós, MBAs, mestrados etc., até cursos intensivos de assuntos extremamente específicos. Ao oferecer uma bolsa parcial ou integral a um funcionário, você diz a ele, entrelinhas, que você o quer na empresa e que aposta em seu potencial. Dessa forma, a empresa gera, indiretamente, uma segurança naquele profissional, além de aguçar sua vontade de permanecer ali por um bom tempo: "Se aqui eu tenho oportunidade de crescer profissionalmente e intelectualmente, é bom que eu continue por aqui".
Por outro lado, para o profissional que recebe um benefício como esse, é importante ponderar se aquilo será bom para sua carreira. De nada adianta fazer um curso de especialização numa área que não se pretende seguir carreira, só porque a empresa sugeriu isso. Ter uma especialização só para encher um currículo não vale a pena. Ao aceitar a oferta de uma bolsa de estudos, por exemplo, (ou pedir a bolsa, pois esse movimento também pode partir do funcionário) há que levar em consideração se aquele aperfeiçoamento o tornará empregável. Não que esse seja o intuito principal. Mas, vale lembrar, ninguém sabe do dia de amanhã e estar sempre atraente para o mercado é uma maneira de garantir um futuro seguro.
Por fim, atento para um detalhe extremamente importante aos profissionais que desejam iniciar algum tipo de estudo: independentemente se a empresa que você trabalha concede bolsas de estudo, se essa é a sua vontade, vá em busca disso através de seus próprios meios. Não tenho dúvida de que cada um sabe de si, e se a vontade de ampliar os horizontes através de uma especialização existir, é porque ela deve ser feita. Não espere essa chance cair do céu. Mexa seus pauzinhos e vá em busca de suas aspirações.
Teste
Após analisar a importância que o capital intelectual tem sobre a carreira do profissional, façamos uma autoanálise:
1) Você se considera:
a) Atualizado e em dia com as novidades e cursos de sua área de atuação.
b) Parado há muito tempo. Seu emprego não te exige crescimento e qualificações constantes.
2) O motivo para não ter buscado aperfeiçoamento:
a) Seu emprego não te propõe desafios ou estimula seu crescimento.
b) Você não foi atrás de seu próprio crescimento.
3) Você sente necessidade em se aperfeiçoar em:
a) Idioma ou Curso de especialização (MBA, pós, mestrado, doutorado, curso etc.)
b) Não sente necessidade. Você se basta.
4) Você sabe se sua empresa oferece subsídios para estudos?
a) Sim.
b) Não.
5) A sua empresa tem interesse no crescimento coletivo e desenvolvimento da equipe?
a) Sim.
b) Não.
6) Você já conversou com seu superior a respeito?
a) Sim.
b) Não.
7) Outras empresas lhe procuram com certa frequência oferecendo emprego devido a sua qualificação?
a) Sim.
b) Não.
8) Você já foi reprovado em outro processo por não ter as qualificações necessárias?
a) Não.
b) Sim.
Se você foi sincero com você mesmo nesse teste, sabe se está empregável e competitivo mesmo que saia de seu emprego ou se está fadado a permanecer no mesmo degrau da Escada da Carreira por tempo indeterminado. Se você marcou a maioria das alternativas A, está no caminho e na empresa certas. Agora, se marcou maioria B, seria bom falar com seu superior ou sugerir uma mudança na conduta da empresa, que sequer deseja que seus profissionais cresçam junto com a empresa.