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Talento em pauta

Carreira internacional – você deseja ter uma?

Com a globalização intensificando cada vez mais as relações do mercado internacional, o surgimento de novas multinacionais e crises instaladas em determinados países, mercados e segmentos, cresce a demanda por profissionais bem preparados para embarcar em carreiras internacionais. Entretanto, não é uma tarefa difícil encontrar profissionais para essa missão. A maioria dos profissionais sonha em ter um pedaço da carreira desenvolvida em um país de primeiro mundo, como se isso fosse o ápice do sucesso de qualquer profissional.

Cada vez mais podemos encontrar brasileiros à frente de operações lá fora, ou até mesmo liderando elas daqui. Apesar de ser um pouco mais difícil, é possível construir uma carreira internacional sem necessariamente sair do país. Entretanto, hoje venho falar especialmente sobre os profissionais que vão exercer suas funções em outros países, e sobre alguns fatores que precisam ser observados quando se pretende aderir a essa experiência.

Geralmente podemos listar algumas das situações que podem condicionar a ida dos profissionais para o exterior. A primeira delas é a exportação de especialistas, por exemplo. Muitas empresas do Brasil possuem expertise em alguns setores, e também são fontes de benchmarking para as empresas de fora. Outra situação comum é destinar um tempo no exterior para que os profissionais conheçam os sistemas e subsistemas das empresas estrangeiras e, consequentemente, para que consigam absorver melhorias que possam ser incorporadas aos processos locais.

Requisitos e habilidades

Não há como negar: ter conhecimento em outro idioma é essencial para quem deseja ter uma carreira internacional. O inglês pode até ser o idioma mais falado no mundo dos negócios, mas para algumas empresas saber o idioma do país de origem será mais importante que qualquer outro. Podemos dizer que o idioma é o meio para se chegar ao objetivo. Em exemplo prático: nada melhor do que negociar com alguém que fale a mesma língua que a sua, não? Além do conhecimento em línguas, é preciso que o profissional também saiba o que está acontecendo no mercado e no mundo, e isso não é destinado só para os que vão ao exterior, mas também para qualquer profissional que exerça um cargo de liderança e que gostaria de ser um profissional influente com os superiores e  colegas.

Entre os requisitos para ampliar as chances de ingressar nesse tipo de carreira, precisamos destacar a capacidade de adaptação, afinal de contas o profissional irá se relacionar com outras nacionalidades e costumes. Um conselho que dou aos que desejam mergulhar no "desconhecido" é buscar o conhecimento da cultura do país que irá residir. Assim evita-se o choque cultural, tão conhecido nessas experiências. Cada país possui suas particularidades e para conquistar espaço, nada mais comum do que se camuflar junto aos novos costumes.

Além de todos esses requisitos e habilidades para partir rumo a uma nova experiência, há que se ressaltar um cuidado necessário antes de dar o "sim" e aceitar a proposta. É preciso acrescentar no contrato uma cláusula referente ao tempo de serviço a ser dedicado no novo país, de maneira a garantir tanto o retorno ao país de origem e, consequentemente, quanto um emprego ao retornar – caso o retorno esteja entre as vontades. Pela minha experiência, conheço inúmeras pessoas que estão no exterior mas não têm como ser transferidos de volta na mesma posição/nível hierárquico. Resta a elas pedir demissão e buscar uma nova oportunidade, em outra empresa. O que acontece na maioria desses casos é que a antiga vaga da pessoa está preenchida e não há como acomodar esse profissional na estrutura da empresa. Muitas vezes as empresas perdem o investimento feito nesses profissionais, que pela ânsia de retornar ao seu país natal, acabam se desligando da empresa.

O que muitas empresas deveriam entender é que o padrão das migrações mudou. Diferentemente das migrações que aconteciam há alguns anos, ligadas à política de povoação – as chamadas migrações definitivas, que construíram novas sociedades –, hoje é comum a migração temporária, por motivos de trabalho. Ou seja, atualmente a maioria das pessoas pretende passar apenas tempo suficiente para solidificar seu crescimento profissional. Dessa maneira, o planejamento de longo prazo estabelecido entre profissional e empresa estimulará um sentimento de segurança e confiança entre ambos e diminuirá a chance de perda de excelentes profissionais.

Oportunidades como essa geralmente são únicas. Elas geralmente criam boas expectativas, tanto para o profissional quanto para a empresa. A própria De Bernt Entschev, que há nove anos trabalha com parcerias internacionais, dá muita importância a esse momento de transição. Se a sua chance chegar, desejo que a nova posição não seja apenas um carimbo no passaporte com uma experiência limitada, mas um verdadeiro trampolim para experiências de vida e trabalho inesquecíveis.

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