Algumas pessoas acreditam que para alcançar o tão esperado "sucesso" no mercado de trabalho, elas precisam ser "malandras". Essa malandragem, encarada por alguns como esperteza, pode resultar em colegas de trabalho "puxando o tapete" um do outro.
Muitas pessoas já foram vítimas de alguém tentando comprometê-las negativamente no ambiente de trabalho. Outras, já foram as intencionalmente responsáveis pelo fracasso de algum colega. A situação é mais frequente do que se imagina e, algumas vezes, não nos damos conta do caráter de quem nos cerca por ingenuidade ou falta de atenção nas pessoas ao nosso redor.
Em algumas empresas, o ambiente se tornou um lugar selvagem, onde é preciso ter olhos abertos e atentos para se prevenir de um possível ataque. Na área de vendas, onde existe comissão e muita competitividade, é ainda mais fácil encontrar pessoas querendo passar "por cima" das outras para alcançarem seus objetivos.
Um antigo amigo meu já foi vítima de uma dessas armadilhas. Raul trabalhava no setor comercial de uma empresa juntamente com outros trinta ou quarenta profissionais que tinham o mesmo cargo que ele. Toda a equipe comercial tinha uma meta mensal mínima a ser atingida e, ao final de cada semestre, o profissional com melhor rendimento era premiado.
Raul era um excelente profissional. Ambicioso, dedicado e esforçado, trabalhava duro para atingir as metas e, até então, já tinha sido premiado quatro vezes em cinco anos o melhor resultado de toda a equipe. Entretanto, havia um colega dele, Aroldo, que também se destacava dentre os demais.
Quando tudo aconteceu, já era maio e a premiação iria acontecer no mês seguinte. Apesar de ninguém nunca ter dito, todos sabiam que a verdadeira competição era entre Raul e Aroldo. Raul, sempre muito ético e profissional, tinha em mente que o único jeito de vencer era correr atrás de clientes para vender mais. Porém, seu colega não pensava do mesmo jeito. Já estava acabando o mês quando Raul contou a uma colega de outro setor que estava fechando um negócio com um cliente de grande porte. Se finalizasse a negociação, o prêmio seria seu sem a menor dúvida.
De algum jeito a informação vazou e Aroldo ficou sabendo. A atitude seguinte dele foi simples e extremamente cruel: em um momento oportuno, ele enviou um e-mail ao cliente de Raul cancelando o negócio. Como Raul estava esperando uma resposta do cliente, estranhou ainda não ter recebido nenhuma resposta em uma semana. Intrigado, ligou para ele que lhe explicou a situação e disse que o próprio Raul havia cancelado a negociação.
Depois de muito conversar, Raul conseguiu finalizar a venda, porém seu maior problema encontrava-se em seu local de trabalho: Aroldo. No dia seguinte, pediu ao seu chefe que realizasse uma reunião juntamente com Aroldo. Na situação, Raul explicou o ocorrido e disse que a única pessoa que poderia ter enviado era o próprio colega. Claro que a conversa não foi a mais agradável de todas, porém, no final da reunião, Aroldo levou um aviso do chefe: uma última chance para mostrar que ele era um profissional ético. Meses se passaram e nunca mais Raul teve problemas como esse dentro da empresa.