Thomas foi criado sob uma rígida etiqueta social, em uma família que valorizava o status e a aparência. Filho e neto de médicos, ele deveria seguir a tradição de seu sobrenome e dar continuidade à profissão seguida por seus antecessores. Desde pequeno Thomas foi induzido a focar seus interesses na Medicina. Até os brinquedos que ganhava eram voltados para a área: estetoscópios de borracha, kits de laboratório, etc. Na adolescência, ele freqüentava o consultório do pai e assistia aos procedimentos cirúrgicos. Às vésperas do vestibular, quando chegou a hora de escolher a faculdade, ele não teve outra escolha senão a Medicina. Tudo já estava acertado para ele, desde o consultório na mesma clínica do pai até a especialização no exterior, também feita para agradar o genitor.
Thomas, porém, não acreditava que aquela seria carreira para ele. O jovem tinha grande afinidade com as Artes Cênicas e cogitava ter o teatro em seu futuro. Sua família, no entanto, jamais entenderia sua vontade ele tinha certeza de que não receberia apoio algum se optasse por seguir o caminho das artes.
Então, fez como haviam planejado para ele. Cursou Medicina, formou-se com mérito e, assim que recebeu o diploma, entregou-o ao pai e comunicou que não começaria a residência. Ao dizer que pretendia viver um pouco mais, experimentar outras coisas como o teatro, por exemplo , sua família ficou horrorizada, pois ninguém ali sonhara ter um ator em casa. Afinal, seu sobrenome remetia a uma linhagem de doutores.
Mas Thomas foi firme e não voltou atrás em sua decisão. Manteve-se forte mesmo quando seu pai cessou a ajuda financeira e mandou-o buscar outro lugar para morar. O jovem continuou seguindo seu sonho, dedicando-se ao estudo das Artes Cênicas. Para garantir seu sustento, Thomas trabalhava como balconista em uma lanchonete de segunda a sexta e nos fins de semana dava aulas particulares de inglês, idioma que dominava com desenvoltura.
Aos poucos, foi ganhando abertura em grupos menores de teatro e despertando o interesse do público local. Ao concluir a faculdade, montou sua própria companhia. Em cinco anos, conquistou espaço na mídia e uma agenda fixa de espetáculos, apresentados em diversas cidades do interior. Sua vida começou a melhorar e ele conseguiu adquirir um pequeno apartamento, onde também dava aulas de interpretação a alunos particulares.
Thomas não tinha medo do trabalho nem permitia que as dificuldades que enfrentava o desviassem de seu objetivo maior. Quando estava no palco, sentia-se feliz e esquecia todas as contas, os problemas e a falta de apoio dos parentes (seus pais nunca foram a uma peça sua). Nos almoços de família, ele era deixado de lado quando o assunto era trabalho, pois era considerado um fracassado por não ser doutor.
Porém, sua situação se reverteu quando um olheiro da maior emissora do País o viu em cena. Nesse mesmo dia, Thomas foi convidado a cursar uma oficina de atores e, em pouco tempo, passou a figurar na tela de todos os brasileiros, no horário mais nobre.
Finalmente, Thomas experimentava o reconhecimento por todo seu esforço e trabalho duro. Na mesma semana de sua estréia na tevê, a mãe telefonou para convidá-lo para um almoço de família, que tinha ele próprio como convidado especial.
Thomas aceitou o chamado e ouviu com prazer os elogios que seus pais fizeram em relação a sua performance na televisão durante a conversa com os parentes, na qual mãe e pai lembraram a todos que, desde pequeno, o astro da casa sempre havia demonstrado muito talento para as artes.
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Nossa sociedade atrela o sucesso à finalidade de uma profissão, quando, na verdade, ele é conseqüência de um trabalho bem feito. Quando um profissional executa algo com amor, prazer e dedicação, ele inevitavelmente encontra o sucesso o qual não significa, unicamente, riqueza financeira e reconhecimento nacional, mas integridade, satisfação pessoal, qualidade de vida e paz de espírito. Por isso, não há "doutor" mais bem-sucedido que um ator feliz, uma professora apaixonada, um músico dedicado...Saiba maisLâmpada Mágica
Desde 2000 a AES Sul Distribuidora Gaúcha de Energia financia o projeto Lâmpada Mágica. O objetivo é fazer circular montagens teatrais a preços populares para o interior do Rio Grande do Sul e reverter a totalidade das bilheterias para entidades artísticas. Além disso, o projeto promove workshops gratuitos e destina 50% das lotações máximas de cada espetáculo à população carente. Em 2006, a programação prevê a realização de 48 workshops e 48 encenações, que passarão por 31 municípios. Para fazer parte do roteiro, as peças precisam se submeter a uma análise de repercussão na imprensa e em meio aos críticos, ser produzidas no Rio Grande do Sul e ter a maior parte de sua equipe formada por gaúchos. Este ano o espetáculo "Entre Quatro Paredes" faz a estréia da temporada, que começa em maio e vai até novembro. Cerca de 17.400 pessoas poderão assistir aos espetáculos de graça, e mais de 50 instituições serão beneficiadas. Em seis anos de trabalho, o Lâmpada Mágica já atraiu mais de 200 mil pessoas em 662 apresentações, somando mais de R$ 520 mil repassados para aproximadamente 470 entidades.
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Esta coluna é publicada todos os domingos. O espaço é destinado a empresas que queiram divulgar suas ações na gestão de pessoas e projetos na área social, bem como àquelas que queiram dividir suas experiências profissionais. A publicação é gratuita. As histórias publicadas são baseadas em fatos reais. O autor, no entanto, reserva-se o direito de acrescentar a elas elementos ficcionais com o intuito de enriquecê-las. Contato: coluna@debernt.com.br, ou (41) 3352-0110. Currículos: cv@debernt.com.br
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