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Talento em pauta

Entre a empresa e o casamento

A história do "maridão" com a secretária é tão clichê que virou tema de filme, novela e outras mil formas de entretenimento. É claro que a referência vem da vida real, com cônjuges infiéis que "pulam a cerca" justo no ambiente de trabalho.

Se relacionar com alguém do trabalho já é um problemão, ainda mais quando se é casado e o(a) colega é o(a) amante. Mas o tema deste artigo não é sobre fidelidade, mas sim sobre imagem profissional.

O tempo passa e algumas pessoas continuam sentindo ciúmes do trabalho e dos colegas do cônjuge. Se o ciúme tem fundamento ou não, pouco interessa, afinal falo aqui de trabalho e de como essas "picuinhas" de casais podem influenciar negativamente a carreira do parceiro.

A maioria dos casos de ciúmes acontece quando o cônjuge é o chefe ou quando trabalha com muitas pessoas de outro sexo. Por exemplo, o marido que trabalha em uma empresa de educação, onde geralmente a maioria é mulher. Ou o contrário, quando a esposa trabalha em uma empresa de tecnologia da informação ou de engenharia.

O problema do ciúmes é que, em casos extremos, o ciumento atrapalha o trabalho do cônjuge pelo fato de misturar vida pessoal e trabalho. Já ouvi histórias de homens cujas esposas mandaram mensagens maldosas a uma colega do marido e de esposos que intimidaram o colega da mulher. Isso gera constrangimento dentro do ambiente profissional e os colegas começam a evitar a pessoa. Esta passa a ser excluída de eventos "out of work" para que a equipe não precise "aguentar" seu cônjuge.

Além disso, o profissional pode criar inimizades no trabalho e perder a credibilidade por não demonstrar profissionalismo suficiente. Na maioria das vezes, quando o ciúme é excessivo e ultrapassa as barreiras entre casamento e empresa, o profissional perde produtividade e apresenta queda de desempenho.

Ciúme é algo natural, porém não pode consumir a relação e muito menos a profissão. É preciso maturidade para separar as coisas e não deixar que seus ciúmes atrapalhem a vida profissional do seu marido ou mulher. É preferível resolver as coisas apenas dentro de casa e não deixar que colegas de trabalho participem da "novela". Isso soa muito mal aos ouvidos de chefes, subordinados e colegas. Afinal, quem sente muito ciúme começa uma marcação cerrada com horários, compromissos, almoços e até reuniões de negócios. A pessoa avalia a roupa do cônjuge, checa os documentos profissionais e e-mails.

O casal deve ter um relacionamento franco, maduro e responsável, que separa o lado profissional do pessoal. Atrapalhar a carreira do marido/esposa por qualquer motivo é sinal de imaturidade. Não sou especialista em relacionamentos, mas se o ciúme for excessivo, acho que ambos estão perdendo tempo no relacionamento e credibilidade no ambiente profissional.

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