Para a história de hoje, me inspirei na dúvida que muitos profissionais tomam para si sobre a carreira: especializar-se em um assunto ou técnica, e fazer disso o seu grande diferencial, ou ser um generalista e entender de tudo um pouco, usando esses amplos conhecimentos para gerir o negócio?
Por mais simples que pareça ser escolher entre um e outro, as aptidões e habilidades de cada um são diferentes, tornando cada indivíduo mais adequado para uma situação que outro. É preciso se autoavaliar na hora de escolher entre ser um profissional generalista ou especialista. É claro que os dois casos se misturam vez ou outra, mas, mesmo assim, saber suas limitações e qualidades é essencial para escolher corretamente que futuro deseja dar a sua carreira.
Para melhor exemplificar esse quadro tão comum, vou contar uma história de dois conhecidos meus. Bruno e Paulo eram melhores amigos e se conheciam desde a infância. Estudaram juntos do primário à faculdade. Foram aprovados, passaram pelo trote e cursaram, então, Economia. Ambos eram garotos muito aplicados, porém, cada um ao seu estilo.
Bruno estava sempre cercado de amigos. Por conhecer muita gente, era sempre ele que organizava as festas e churrascos da faculdade. Os professores e colegas o adoravam pelo seu jeito carismático que cativava a todos. Já Paulo não tinha a habilidade de lidar tão bem com pessoas quanto Bruno devido à timidez. Entretanto, tirava notas ainda maiores que o amigo, pois era mais dedicado aos estudos e procurava se especializar na área o máximo possível.
Os dois amigos se formaram juntos e começaram a trabalhar em empresas diferentes, porém, no mesmo ramo: finanças. Bruno foi trabalhar em uma empresa de auditoria. Como era extremamente carismático e sociável, desde o início procurou conhecer todos os colaboradores e compreender as mais diferentes áreas da empresa. Seu colega Paulo, por outro lado, foi trabalhar em um banco. Como sempre foi muito estudioso, tinha grande conhecimento técnico e por isso era muito elogiado em seu ambiente de trabalho.
Após vinte longos anos na vida e carreira dos garotos, eis a situação de cada um: Bruno se tornou vice-presidente da empresa de auditoria e Paulo diretor da área de controladoria do banco reportando-se diretamente à presidência.
O que quero dizer com essa história é que existe espaço no mercado de trabalho para ambas as personalidades. Bruno, por ser mais extrovertido e saber lidar melhor com as pessoas, alcançou um alto cargo dentro da empresa, onde controlaria sabiamente diversos setores da empresa e subordinados com diversas personalidades. Por outro lado, Paulo, que era mais tímido, porém tinha muito conhecimento técnico, se tornou diretor de um departamento específico do banco, onde colocaria em prática suas habilidades técnicas.
Existem pessoas que desenvolvem mais suas habilidades comportamentais e de relacionamento do que as técnicas e vice-versa. Não importa se você tem perfil de um profissional generalista ou de um especialista contanto que desempenhe bem o seu papel. As pessoas são diferentes, portanto reconheça seus pontos fortes e fracos. Não insista em tornar-se especialista em uma área, se a sua grande qualidade é possuir uma ampla visão de negócios. Em outras palavras, invista nas suas qualidades, no seu potencial e saiba reconhecer suas fraquezas. Não existe fórmula para o sucesso, apenas pessoas que aproveitam suas qualidades e neutralizam seus pontos não tão fortes.
Na coluna Talento em Pauta desta terça-feira falarei mais detalhadamente sobre o generalista, esse "faz-tudo" que muitas empresas têm, mas não sabem o que fazer com eles, ou mesmo como não perdê-lo para os concorrentes. Até lá!
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