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Estrangeiros no Brasil – o terreno é fértil, mas é preciso saber semear

A imagem econômica positiva, as oportunidades de emprego e estudo, assim como a carência de profissionais tecnicamente qualificados estimularam a chegada de um maior número de profissionais estrangeiros no Paraná em 2012. Os alemães, americanos, franceses, suecos, japoneses, espanhóis e italianos lideram a lista das autorizações de trabalho feitas pelo Ministério do Trabalho no ano passado. Ao todo foram 1.558 de estrangeiros registrados legalmente.

Esse número ainda é pequeno perto do que pode vir no futuro. Há cinco anos, um estrangeiro que quisesse vir ao Brasil era considerado excêntrico, ou mesmo excepcional. Hoje, isso mudou. O Brasil rapidamente se tornou uma opção muito atrativa de estudo e trabalho para quem procura experiências internacionais. No artigo de hoje, contarei a história de dois estrangeiros que vieram para o Brasil, situados em diferentes contextos, e como cada situação teve um desfecho diferente do imaginado.

John nasceu e estudou na Inglaterra. Aos 22 anos, iniciou sua carreira em uma multinacional. Como ela possuía filiais por diversas cidades do mundo todo, John foi transferido para uma missão no Brasil. Embora não conhecesse o idioma e as particularidades de negócios no Brasil, isso não foi um problema, pois a empresa ofereceu um programa de integração de quatro meses na cidade de Curitiba, para que ele pudesse se familiarizar com o novo país. Nesse período, conheceu uma moça, e esse foi um dos maiores motivos para ele decidir ficar no Brasil de vez.

Aos poucos, ele foi conseguindo muitas promoções, até chegar ao cargo de Diretor Comercial, que ocupa até hoje. Podemos dizer que não só a empresa ganhou muito com a vinda de John como também toda a sua equipe. Com um espírito de liderança desigual, motivava todos que estavam a sua volta – era o famoso formador de líderes. Entre suas qualidades, podíamos perceber a sua capacidade analítica e o seu lado empreendedor, característica típica dos ingleses, que impulsionavam ainda mais os negócios.

Diferentemente de John, Velin era um estrangeiro búlgaro que não teve a mesma sorte com a experiência brasileira. Havia largado seu antigo emprego na Bulgária e decidido passar um tempo no Brasil para conhecer o país e a sua cultura e, se tivesse uma oportunidade de trabalho, ficar por aqui. Logo nos primeiros meses se casou com uma brasileira e garantiu sua sonhada nacionalidade. Velin, porém, teve muita dificuldade em aprender a língua portuguesa, o que fez com que ele não se fixasse em nenhuma empresa. Por mais que seja comum encontrar executivos que falem um bom inglês, ainda não são todos que dominam a língua, o que dificultou e muito sua inserção. Desse modo, após todas as adversidades e insucesso, Velin decidiu se mudar para os Estados Unidos com a esposa e abandonar o sonho de construir uma família no Brasil para trás.

As duas histórias tiveram desfechos diferentes, também por fazerem parte de cenários diferentes. John veio para o Brasil como um expatriado, totalmente amparado pela empresa, diferentemente de Velin, que chegou sem nenhuma segurança. Apesar de o Brasil oferecer um espaço para os estrangeiros, ainda possui o mercado de trabalho difícil de ser conquistado por "forasteiros". No momento, o governo está oferecendo uma ligeira flexibilidade no mercado para os médicos e engenheiros, mas isso por consequência do déficit desses profissionais aqui atualmente.

Em segundo ponto, os estrangeiros precisam ter a consciência de que as funções não são como nos outros países. Geralmente os cargos são tão flexíveis que é preciso "ser pau para toda obra". É preciso entender a cultura brasileira e se adaptar ao modo como fazemos negócios aqui.

No artigo de terça-feira, falaremos mais sobre os estrangeiros trabalhando no Brasil, e no que isso interessa aos brasileiros. Até lá!

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