Nessa semana, escolhi falar sobre um tema que aparentemente é muito simples e evidente. Entretanto, por mais óbvio que seja, a falta de reconhecimento no trabalho ainda é um dos grandes vilões do mau desempenho dos funcionários. Por maior que seja a boa vontade e dedicação do profissional na sua função, se ele não é reconhecido pelos seus méritos, é inevitável que, cedo ou tarde, a qualidade no trabalho caia. Em situações mais extremas, o gestor pode até correr o risco de perder bons funcionários por não saber executar uma das tarefas mais básicas da liderança: valorizar o profissional.

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Juliana, uma moça que conheci, passou por uma situação como essa: nunca havia recebido um feedback, positivo ou negativo, em seu trabalho. A moça, de vinte e seis anos, estava começando a se estabelecer no mercado de trabalho. Ela tinha acabado de casar quando foi convidada a trabalhar no departamento financeiro de uma empresa de médio porte. A moça tinha um currículo de deixar qualquer concorrente com inveja. Apesar de ainda ser muito jovem, já era mestre em administração, além de falar três idiomas fluentemente e possuir vários outros cursos complementares na área de economia e finanças. A julgar pelo seu currículo, Juliana tinha um futuro promissor.

Além do excelente currículo, a jovem era ambiciosa e desejava alcançar um alto cargo na direção da empresa. Para isso, estava disposta a desempenhar o melhor trabalho possível.

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Ao entrar na empresa, Juliana cumpriu com seus planos. Em poucos meses já tinha um ótimo relacionamento com todos os seus colegas de trabalho e já possuía total domínio das operações financeiras que faziam parte da sua função. Apesar de realizar seu trabalho de maneira exemplar, nunca ouvira um "parabéns" ou qualquer tipo de elogio – o que evidentemente frustrava a garota. Meses passaram e a moça se sentia cada vez mais desmotivada. Ela não queria desistir tão cedo, então, com mais alguns meses na empresa, se sentiu confiante para propor ao seu chefe novas estratégias financeiras que melhorariam a situação econômica empresarial, contando que com isso ela seria reconhecida pelas suas conquistas e desempenho no trabalho, e receberia finalmente um "muito bom, Juliana!", pelo menos.

Realmente, sua estratégia era muito boa e com certeza traria inúmeras melhorias à empresa. Seu chefe, após uma semana analisando o projeto com Juliana, acabou aprovando e implantando-o na empresa. Juliana ficou muito contente e sabia que, a partir daquele momento, sua situação na empresa melhoraria e ela seria reconhecida. Entretanto, não foi o que aconteceu. Seu chefe, além de não parabenizá-la pela iniciativa, tomou os créditos e recebeu sozinho o mérito pelo trabalho, que na realidade, havia sido, em sua maior parte, de sua subordinada.

Para Juliana, aquela foi a "gota d’agua". Decidiu conversar com o seu chefe para entender o que estava acontecendo e explicar como se sentia. Infelizmente, seu superior alegou que estava muito contente com o trabalho dela, mas que essa era a sua obrigação. Com razão, a jovem pediu demissão e hoje é diretora de uma grande empresa que sempre valorizou e reconheceu seu ótimo trabalho.

A história ilustra uma situação corporativa, infelizmente, muito comum. Muitas empresas não conseguem alcançar o crescimento esperado simplesmente por não darem o incentivo moral mínimo aos funcionários. O resultado é um aumento na rotatividade de profissionais da empresa e também uma diminuição da capacidade de entrega e desenvolvimento de projetos.

No artigo de terça falarei mais sobre a falta de reconhecimento no trabalho e o que pode ser feito para que você evite vivenciar uma situação como a de Juliana. Até lá!

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