Quando se entra em uma empresa, salvo exceções, é normal só haver pessoas desconhecidas. Dependendo da cultura da empresa, conhecer melhor o lado pessoal dos colegas de trabalho pode ser penoso. Como uma maneira de auxiliar a integração das equipes e melhorar o clima organizacional, uma das maneiras mais rápidas de acelerar esse processo é promovendo eventos extra empresariais.
Os conhecidos happy hours, churrascos aos finais de semana, futebol, clube de chá, jantares ou corridas no parque podem virar agentes integradores de colegas de trabalho.
Em uma das empresas em que trabalhei, o próprio chefe do setor promovia quatro ou cinco grandes churrascos por ano. Todos os funcionários deviam comparecer e podiam levar, inclusive, seus pares e filhos.
E quais as vantagens de realizar outras atividades com os colegas? Nesse tipo de ambiente, geralmente informal, as pessoas ficam mais relaxadas e isso facilita a troca de experiências diversas entre você e o grupo. Isso aumenta o entrosamento entre a equipe, melhora o clima organizacional e relaxa os envolvidos, tornando a rotina cada vez menos pesada e cada vez mais prazerosa.
Porém, ambientes como esses oferecem uma série de riscos. Comportamentos exagerados expõem as pessoas a situações vexatórias, dignas de ressacas morais que demoram longos períodos para serem amenizados ou esquecidos. Nesse pacote estão inclusos itens como danças exageradas e roupas indiscretas, mas, quem reina absoluto na lista dos responsáveis pelas maiores gafes é o álcool.
Ano após ano repito sobre o cuidado que as pessoas devem ter com o álcool, sobretudo nas festas corporativas, mas canso de ver pessoas com o comportamento alterado, falando alto e fazendo coisas as quais se arrependem profundamente mais tarde. Ora, quando o sujeito bebe, baixa a guarda, e isso dá brechas para que qualquer coisa ocorra: de paquerar o colega do outro setor a literalmente fazer escândalos.
E como nesses eventos a presença de bebidas é bastante comum, acho pertinente contar a história de Eliseu. Todas as semanas, eu e ele nos reuníamos com um grupo diferente de funcionários. Era comum vermos os ânimos se exaltarem conforme as horas passavam, e nos divertíamos à beça. Porém, nunca havia visto Eliseu fora de controle uma vez sequer. E ele bebia como todos os outros.
Um dia, aparentemente sufocado por guardar o segredo, contou-me o que o tornava tão "resistente" em relação aos demais. "Sabe como e por que eu nunca dei um vexame?". Muito curioso, pedi que me contasse logo. Ele soltou então o seguinte: "Toda vez que vou a um bar ou restaurante com o pessoal, converso com o garçom antes de a festa começar. Peço para que ele intercale as bebidas que me serve. Enquanto para todo mundo eu peço uma atrás da outra, na verdade, em uma rodada eu bebo cerveja, e na outra, guaraná".
Eu não acreditei, ele então pediu para que eu provasse o que havia no copo. "Veja, é guaraná!". E era. Com isso, ele conseguia equilibrar de maneira muito consciente e responsável o quanto de álcool consumia, enquanto se divertia à custa dos erros dos outros.
Eventos como esses são muito benéficos, sim, para todos os envolvidos, porém, preservar a responsabilidade é o grande segredo. Ninguém quer sujar a imagem ou a reputação de longos anos de trabalho benfeito por causa de uma noite de comportamento inadequado. Por mais que o relacionamento com o chefe ou os colegas de trabalho seja muito bom, é preciso lembrar que você não está em casa ou com os amigos de faculdade e manter o profissionalismo mesmo nos momentos de lazer. É claro que você deve se divertir e aproveitar esses momentos, porém com muito cuidado para não ser responsável por boicotar sua própria carreira.
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