Hoje em dia, já é senso comum que no mercado de trabalho o QI (quem indica) é um dos principais fatores de seleção e contratação de profissionais. Escuto muitas pessoas reclamando sobre essa situação, dizendo que é "injusto com os bons profissionais". Porém, é óbvio que se o profissional não está na "vitrine" do mercado de trabalho, ele não será visto, nem lembrado e muito raramente chamado para uma oportunidade melhor de emprego.
A carta do leitor desta semana veio de um profissional indignado que seu colega de trabalho havia sido chamado para trabalhar em uma empresa de maior porte e ele não.
"Sr. Bernt Entschev, gostaria de saber a sua opinião a respeito de um assunto que desde sempre me incomodou muito. A minha família é muito simples. Meus pais vieram do interior para Curitiba quando eu ainda era criança e sempre trabalharam duro para me dar a melhor educação possível. Graças ao esforço deles, eu consegui estudar em bons colégios e me formar em Administração de Empresas em uma boa universidade.
Hoje em dia, trabalho no setor administrativo de uma empresa e meu chefe sempre se mostrou satisfeito com meu serviço. Falo inglês fluentemente e já cursei mais de uma pós-graduação na área. Entretanto, o motivo da minha frustração é por que fiquei sabendo ontem que um colega meu havia saído da empresa para trabalhar em uma multinacional. Ele foi convidado a participar de um processo seletivo, pois conhecia o headhunter responsável, e foi selecionado.
Pelo que sei, o salário dele aumentou em quase 50%. O que me deixa indignado é que ele não batalhou por isso. O simples fato de ele conhecer o headhunter fez com que participasse de um processo seletivo do emprego dos meus sonhos. Sem querer desvalorizá-lo, mas acredito que eu também tenho as competências necessárias para conseguir um emprego como esse, porém não tenho o QI (quem indica).
Eu cresci em um bairro humilde e não tive a oportunidade de conhecer altos gestores de empresas como meu colega. Acho triste o fato de que eu poderia ser tão bom quanto para concorrer à vaga, ou talvez até melhor, mas nem fui convidado a participar do processo, pois, afinal, não conhecia ninguém influente.
Gostaria saber a opinião do senhor, como fundador de uma das maiores consultorias de RH do país. E também quero saber o que posso fazer para conquistar essas vagas em empresas maiores, já que, atualmente, a maioria é preenchida por indicação e não qualificação. Um abraço."
O pensamento desse leitor é compartilhado por milhares de profissionais, muitas vezes frustrados com suas carreiras, e descrentes de que é possível conseguir um bom emprego sem "indicação". Quer saber qual é a minha opinião a respeito disso? Então aguarde o artigo de terça-feira da minha coluna e saiba mais. Até lá!
Impasse sobre apoio a Lula provoca racha na bancada evangélica
Símbolo da autonomia do BC, Campos Neto se despede com expectativa de aceleração nos juros
Copom aumenta taxa de juros para 12,25% ao ano e prevê mais duas altas no próximo ano
Eleição de novo líder divide a bancada evangélica; ouça o podcast