Inovação pode ser a solução

Algumas características são muito procuradas nos profissionais de hoje para suprirem as principais necessidades das empresas. Trabalho e lido diariamente com clientes que desenham o perfil dos profissionais que eles julgam ideais e é impressionante como algumas peculiaridades são repetidas em diversos processos seletivos. Não é à toa que venho, semana após semana, passando a vocês algumas dicas para que entendam o que o mercado busca.

Nesta semana me deparei com um cliente muito especial. Trata-se de uma empresa de médio porte que corre o risco de fechar uma de suas unidades por causa da crise. Porém, antes de tomarem essa atitude extrema, resolveram tentar uma última cartada e, ao invés de demitir, resolveram contratar um novo diretor. O interessante desse processo é que eles não querem simplesmente um diretor, mas sim "O" diretor que deverá salvar a unidade.

Por isso foram bastante criteriosos ao traçar o perfil desse profissional ideal e, curiosamente, enfatizaram muito a característica "inovador". A verdade é que eles já tentaram de tudo que podiam e agora precisam de alguém que esteja alheio a todas essas tentativas e que tenha criatividade suficiente para inventar algo que salvará, de fato, a matemática da empresa.

Resolvi relatar brevemente o caso dessa empresa, pois considero a ideia deles pertinente e talvez a solução para muitas empresas que se deparam com a crise, aliás, pode ser justamente a solução para ela.

Inovação: produzir algo novo, encontrar novo processo, renovar. Já parou pra pensar como certas situações poderiam ser dribladas ou superadas com a criação de algum método novo? Muitas vezes nos sentimos arraigados aos processos tradicionais e, pior, levamos conosco a máxima de que "em time que está ganhando, não se mexe". Pode até ser que não, porém, com o mundo se renovando a todo o momento, será que os processos antigos realmente vingarão por muito tempo? E pior, numa época tão turbulenta como a que enfrentamos, será que é prudente continuar agindo da mesma forma e não nos adequarmos e nos reinventarmos para superá-la?

Quando meu cliente me pediu um diretor com capacidade inovadora, entendi perfeitamente o que ele queria. Sua empresa precisa de novos ares, assim como a economia também respira novos ares, mais densos, porém novos. Precisa de alguém que tenha criatividade e iniciativa para implementar algo não antes imaginado. Alguém que crie novos produtos, métodos, processos, enfim, que modifique a forma de agir e pensar da empresa, pois se ela está indo por água abaixo, significa que da maneira que está, está errado. Lembra do time que está ganhando?

Mas inovar não tem só a ver com criatividade. Tem relação também com coragem de tentar algo que pode não dar certo. Relaciona-se ainda com espírito empreendedor, pois se trata de colocar em prática uma ideia aparentemente inconcebível para alguns.

Inovação é, normalmente, uma capacidade nata. Porém há como desenvolver um espírito inovador. Quer saber como?

Primeiramente diria que um bom inventor é aquele que está aberto para as mudanças constantes do mundo. Que enfrenta a modernização constante das tecnologias e das estruturas de trabalho, estando atento à capacidade de filtrar tudo o que pode ser útil para si mesmo e para o meio em que está inserido. Isso envolve muito estudo. Uma observação constante de tudo que está à nossa volta. Pode ser que, observando um jardineiro trabalhar e sua forma de arar a terra, semear e cuidar das plantas, por exemplo, mostre-nos uma solução simples para um problema, aparentemente, muito mais complexo.

Já vi grandes ideias surgirem de pequenas coisas, como uma peça de teatro, uma piada, um filme ou uma conversa rápida no cafezinho. Mesmo porque, um amigo pode ter uma opinião sobre determinado assunto de maneira que não paramos ainda para pensar. Porém, quando ele nos passa sua opinião, trazemos para o momento em que estamos vivendo e adequamos a nossa realidade. Um exemplo disso é quando assistimos a um filme e identificamos uma cena com algo que já vivemos. Não quer dizer que vivemos exatamente daquela forma, com aquele mesmo cenário ou naquela mesma circunstância. Porém pegamos aquele exemplo (se nos for conveniente) para ajustar certas coisas em nossa vida. E isso muitas vezes se dá de maneira renovada, ou seja, algo que ninguém ainda teve a ideia: aquela mesma cena vista por todos agregada ao nosso empirismo, resulta em algo realmente novo.

Concordo com meu cliente! Talvez com novas ideias, possamos resolver essa crise e muitos outros problemas dentro das organizações. Torço para que todos tenhamos um espírito cada vez mais inovador para superarmos qualquer mudança ruim que nos apareça.

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Teste

Seguem algumas características de um profissional inovador. Verifique se elas fazem parte de seu perfil:

1. ( ) Acredita que todos os profissionais podem ser inovadores, não somente aqueles que trabalham diretamente com criação ou tecnologia.

2. ( ) Sabe que a diferença está em pequenos detalhes, por isso procura fazer melhor cada uma de suas atividades.

3. ( ) Sente-se à vontade em um ambiente onde a diversidade cultural é marcante.

4. ( ) Tem flexibilidade para lidar com as diferenças de estilos pessoais, mesmo aquele, opostos ao seu.

5. ( ) Costuma ter boas ideias, mas mais do que isso, tem facilidade para implantá-las.

6. ( ) Utiliza, com frequência, novas formas de solucionar os problemas, sem medo de errar ou de perder o emprego.

7. ( ) Tem senso de urgência e age prontamente mesmo em problemas com alto grau de incerteza.

8. ( ) Corre riscos com responsabilidade.

9. ( ) Age com autonomia e dá autonomia para colegas e/ou subordinados.

10. ( ) É antenado com o mercado e com o que está acontecendo no mundo.

11. ( ) Sente-se insatisfeito ou incomodado com problemas aparentemente sem solução e persiste na solução desses.

12. ( ) Preocupa-se que suas ações deem resultado para a empresa, mas proporcionando um diferencial para esta.

13. ( ) É capaz de recomeçar e fazer tudo diferente quando algo não dá certo.

14. ( ) Persiste na busca da solução dos problemas.

15. ( ) Tem iniciativa, não espera que os outros façam ou peçam para que algo seja feito.