Depois do Dia Internacional da Mulher, nada mais justo do que dedicar um artigo a elas e à evolução que nossa sociedade presenciou em direção à igualdade entre os sexos. É verdade, e todos já sabem disso, que o público feminino está cada vez mais engajado e presente no mercado de trabalho. Seja em cargos de liderança ou operacionais, elas entraram com força no mercado para competir com os homens. A partir daí, não pararam de aperfeiçoar seus conhecimentos intelectuais, lutar pela igualdade de direitos e, consequentemente, crescer na escala de valor, importância e reputação no ambiente corporativo. Não nos esqueçamos também que, apesar dessa ascensão, grande parte delas não abdicou de suas tarefas domiciliares que inclui o cuidado com os filhos e a cautela com a saúde e a família.
Na realidade, segundo a própria arqueologia confirma, a mulher sempre trabalhou muito. As constatações com relação ao trabalho são claras no sentido de que, enquanto aos homens era reservada a atividade de caça, às mulheres sobrava todo o resto: coleta de frutos, preparo de alimentos, educação das crianças, costura, entre muitos outros.
A revolução feminina
As linhas de estudo podem divergir bastante de acordo com as referências, mas pode-se dizer que um marco da entrada feminina no mercado de trabalho, como assalariadas, ocorreu na Revolução Industrial, nos séculos 18 e 19. Depois dessa revolução, podemos dizer que iniciou uma revolução feminina, gradual e silenciosa. Aos poucos, entraram nas indústrias e, de lá pra cá, só notamos seu crescimento na sociedade.
Eu diria que a grande mudança ocorreu, sobretudo, nas duas últimas décadas. E temos alguns grandes e bons exemplos dessa mudança ao redor do mundo. Percebemos que a presença delas no mercado já é maior que a dos homens em determinados segmentos, os cargos de liderança conquistados aumentam a cada ano, o aumento da remuneração, apesar de ainda estar inferior ao dos homens, já diminuiu muito a diferença, entre outros.
Nossa nação, inclusive, tem um belo exemplo de liderança feminina, com uma mulher eleita presidente da república. Outros exemplos são fáceis de achar: Park Geun-hye, primeira presidente mulher da Coreia do Sul; Michelle Bachelet, presidente do Chile de 2006 a 2010; Cristina Kirchner, presidente da Argentina desde 2007; e Angela Merkel, Chanceler da Alemanha desde 2005 e considerada pela Forbes a segunda pessoa mais poderosa do mundo, posição que mulher alguma havia conquistado até então.
Atualidades
Surpreendi-me ao ler um estudo recente elaborado pelo Data Popular. Ele revela que a renda das mulheres cresceu 83% em dez anos, enquanto a dos homens aumentou 45%. Mesmo assim, a remuneração delas continua inferior à masculina. Em 2013, a renda total feminina do país pode chegar ao patamar atingido pelos homens em 2003. Ou seja, elas ainda têm muito espaço para crescer. Nesse período de dez anos, o número de carteiras de trabalho femininas registradas aumentou 162%. Apesar dessa reação, infelizmente ainda é comum as empresas diferenciarem o salário entre homem e mulher.
Como se não bastasse entrar no mercado e brigar por cargos executivos e salários melhores, ainda há um quesito de suma importância na disputa: a qualificação profissional. Uma outra pesquisa revelou que as mulheres, em média, passam mais tempo estudando que os homens. Essa diferença, segundo a pesquisa, é de dois anos a mais. Isso significa que, daqui a alguns bons anos, elas vão dominar a estrutura hierárquica das empresas com muito mais afinco.
Em países como Estados Unidos e Alemanha, por exemplo, há algumas universidades que possuem um programa que auxilia pesquisadoras a adquirir experiência de liderança e as preparam para cargos de chefia. Acho isso fantástico. Já aqui no Brasil, há prêmios e programas que homenageiam mulheres de destaque. Os prêmios variam de "melhor empreendedora" a "melhor projeto de sustentabilidade", por exemplo.
Para finalizar, uma outra notícia que pode não agradar muitos homens. Em uma nova pesquisa realizada pelo Data Popular com 800 homens casados, em mais de 40 cidades, foi constatado que: 86% deles admitem que suas esposas decidem as compras do supermercado; 79% confessaram que elas decidem o destino das férias da família; 71% deixam suas mulheres escolherem a roupa com que eles vão trabalhar; e até mesmo decisões sobre carro e computador, que até então eram coisas "de homem", estão passando para as mãos delas. Segundo a pesquisa, 58% dizem que elas escolhem o carro da família e 53%, o computador.
Pesquisas como essas e iniciativas como aquelas, voltadas especialmente às mulheres, evidenciam o reconhecimento e a crença na verdadeira força e determinação que elas possuem. Por isso, mulheres, profissionais, mães e guerreiras, sejam verdadeiras agentes da mudança e acreditem verdadeiramente em seu potencial e no espaço que existe para vocês no mercado de trabalho. Com todo esse pretexto, espero com sinceridade que empresas de headhunting como a minha entrevistem cada vez mais profissionais sérias e capazes de assumir posições de prestígio nas organizações. Boa sorte a todas!