DICAS
Se você se indispor com alguém, siga as dicas:
- Lembre-se que no ambiente corporativo a conduta deve ser sempre profissional. Não leve as coisas para o lado pessoal;
- Se alguém agir diferente com você, chame para uma conversa. Colocar as cartas na mesa é sempre a maneira mais inteligente de resolver as coisas;
- Caso as coisas não se resolvam, pondere sobre a viabilidade de expor a situação a seu gestor;
- Se você for o gestor, pense na sua responsabilidade em resolver um conflito.
Empresas são feitas de pessoas, compostas por personalidades únicas. Cada um, com sua visão, cultura, experiências, conhecimento etc., agrega seu devido valor à organização. Justamente por cada pessoa possuir sua personalidade única, é comum que dentro das organizações ocorram conflitos por assuntos aparentemente insignificantes. Um simples olhar pode ser interpretado como um deboche, ou um desafio. Até mesmo porque, para uma pessoa insatisfeita, uma fagulha pode parecer um incêndio.
Cultivar inimigos no ambiente corporativo não é uma boa ideia. É lá que passamos a maior parte do nosso tempo e é fundamental prezar por relações amigáveis e saudáveis, senão o convívio pode se tornar algo intolerável. É claro que toda essa divergência de costumes pode resultar em momentos espinhosos, mas, pra quê alimentar mágoas e desentendimentos? Infelizmente, porém, por mais que nós tentemos nos adaptar ao outro, nem sempre o outro está disposto a se adaptar a nós.
É nesse momento em que entra a importância de uma boa gestão. Ser líder vai muito além de delegar funções. É fundamental garantir que a equipe mantenha coerência de atitudes e homogeneidade no tratamento de uns com os outros. Quando um conflito se torna manifesto, ou seja, o "incomodado" expõe sua insatisfação diante de quem incomoda, ou diante de outras pessoas, é importantíssimo entender o panorama da situação para tomar as medidas cabíveis.
Essas medidas podem ser simples, como uma reunião, uma realocação de área ou, meramente, a troca de estações de trabalho. Outras podem ser mais drásticas, como desligamentos de profissionais, inclusive de pessoas estratégicas do corpo diretivo. Conheço casos de inimizades entre gerente/analista, chefe/subordinado, diretoria/diretoria.
Conhecer o contexto é fundamental para que nenhuma medida seja tomada por impulso, ou por uma visão falha. Quando o decisor toma uma medida baseado em poucas informações, ou apenas nos relatos de uma das partes, poderá tomar uma decisão errada, sem embasamento. A melhor maneira de encontrar uma solução plausível para um conflito entre dois funcionários é se basear em fatos, dados, documentos, afinal, contra fatos não há argumentos.
Por outro lado, alguns profissionais podem não manifestar sua insatisfação diante de outro profissional. Isso ocorre, na maioria das vezes, por nem ele mesmo ter a certeza dos motivos que o levam a se indispor com um determinado colega. Ou, então, por não entender porque aquele colega não vai muito com sua cara. O pensamento comum é: "Por que vou incomodar meu chefe com um assunto tão bobo?". E o pior, muitas vezes o colega com quem ele se indispõe não assume que isso ocorra entre eles, fazendo o profissional passar por neurótico.
Colocando-nos na posição do profissional incomodado, acredito que a primeira ação é realmente olhar pra nós mesmos com uma visão bastante crítica: será que realmente não estamos exagerando? Será que não é impressão ou "coisa da nossa cabeça"? Uma vez detectado que não é apenas uma sensação de rejeição, chega a vez de uma conversa franca. Começar explanando que há uma desconfiança de rejeição, pode ser um bom começo. Porém, como provavelmente a pessoa negará (a maioria nega), você pelo menos já terá esclarecido que sabe que seus "santos não batem" e que espera, realmente, que isso não progrida, resultando em situações piores.
Feito isso, se os atritos continuarem, chega a hora de se afastar. Costumo dizer que problemas inevitáveis, a gente enfrenta e resolve. Já os evitáveis, a gente deve, simplesmente, evitar, como o próprio nome diz. Não vale a pena esquentar a cabeça. Conviver bem no ambiente empresarial é fundamental, pois todos nós devemos respeito uns aos outros. Isso não quer dizer que precisamos ser amigos uns dos outros, pelo contrário, defendo sempre a ideia de que dentro das corporações devemos manter a postura profissional. Se fizermos amigos, sairemos no lucro, mas essa não é a regra.
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TESTE
Será que há realmente algum clima de inimizade no ar? Marque as opções que você tem percebido:
( ) Quando você entra no ambiente a outra pessoa sempre sai rapidamente, ou simplesmente te ignora e sequer cumprimenta.
( ) Em conversas de vários colaboradores, a pessoa está sempre de cara fechada, não entra no clima (caso haja brincadeiras) e até dá um jeito de sair da roda.
( ) Quando há troca de e-mails, estes são extremamente "curtos e grossos".
( ) Já houve alguma discussão ou incompatibilidade de ideias entre ambos.
( ) Já houve boatos e fofocas correndo sobre um ou outro na empresa.
( ) O relacionamento entre os dois, quando necessário, é sempre direto e frio, sem qualquer elemento de entrosamento ou companheirismo.
( ) Quando há trabalho em grupo, a pessoa sempre evita ficar na mesma equipe que você.
( ) Tudo que você fala a pessoa desaprova, critica ou aponta erros.
( ) Quando estão no mesmo ambiente ou em um diálogo (de duas ou mais pessoas), a pessoa faz caras e bocas e fala com o corpo inconscientemente denunciando alguma insatisfação.
( ) Alguém já tramou ou sabotou contra você na empresa. Ninguém sabe quem foi ou simplesmente não querem lhe contar.
Se várias opções foram marcadas, ligue o sinal de alerta. Mas cuidado, nem tudo que parece estranho ou diferente, é. Se estiver em dúvida ou achar que o relacionamento está atrapalhando a atividade profissional, converse francamente com a pessoa ou mesmo com o chefe, para tentar atenuar a situação ou tomar uma medida mais drástica.