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Faculdades e universidades brasileiras formam inúmeros estudantes de diversas áreas todos os anos. Infelizmente, para muitos deles encontrar o emprego esperado, de acordo com os seus desejos e projeções da carreira logo após a formação, não é uma tarefa considerada fácil. Posso perceber que muitos desses jovens acabam sendo muito exigentes com as vagas ofertadas e adiam cada vez mais a entrada no mercado de trabalho até que encontrem algo que realmente lhes interesse.

Vivemos agora em uma nova realidade do mercado de trabalho, em que a procura é maior do que a oferta. E, consequentemente, a dificuldade de conseguir o primeiro emprego pode ser uma das primeiras barreiras encontradas pelos recém-formados. Ademais, o mercado está cada vez mais exigente com a contratação de novos talentos. Quem não tem determinadas competências para um cargo específico simplesmente fica de fora.

Para os jovens que estão iniciando a carreira, fica a dica: o aconselhamento profissional é essencial. Conhecer as vocações natas e as inabilidades pode poupar muita dor de cabeça e frustração no futuro.

Posso dizer que uma das tarefas que mais me dá prazer ao exercer minha profissão de aconselhador e headhunter é apoiar e ajudar esses jovens na busca pelo melhor caminho. Procuro sempre incentivar esses jovens a buscar o autoconhecimento, para que consigam perceber quais são seus verdadeiros objetivos. Afinal, cada ser humano possui seus valores e suas metas pessoais. Além disso, um conselho que pode ser significante para uma pessoa, pode não ser para outra.

Algumas vezes realizo palestras de orientação e desenvolvimento profissional para jovens. Dentre as que já realizei, lembro-me de uma em especial ministrada em um colégio público há aproximadamente cinco anos. É incrível como nessas palestras eu acabo encontrando jovens muito interessados e dispostos a mudar o seu próprio futuro, tenham eles condições financeiras ou não.

Foi nessa palestra que acabei reparando na capacidade de concentração de um jovem menino que assistia à apresentação. Ele estava sentado na primeira fileira do auditório e anotava incessantemente todas as minhas falas. Podia notar como sua atenção não se desviava um minuto sequer, como se tudo que eu falasse fosse realmente significativo para ele. Participar de um momento como aquele, e pensar que para aquele jovem eu tinha feito a diferença, pois ele poderia levar os conhecimentos adiante, foi muito gratificante para mim.

Recentemente ministrei outra palestra. Esta, por sua vez, era focada no desenvolvimento profissional a partir do ensino superior, e ocorreu em uma universidade particular de Curitiba. Foi nessa ocasião que reencontrei inesperadamente esse mesmo jovem, que esperou até o fim da palestra para se apresentar. No início, não tinha identificado que ele era aquele menino daquela primeira fileira daquele colégio público. Mas com o desenrolar da conversa essa lembrança surgiu em minha mente e eu comecei a ligar as situações.

Após sua apresentação, ele começou a dizer que provavelmente eu não me lembraria dele, mas que precisava me contar como aquela palestra de cinco anos atrás havia mudado a vida dele. Contou-me que tomou nota de todos os meus conselhos e que até hoje procurava seguir algumas das minhas orientações.

Ao longo da conversa fez um breve resumo de como sua vida decorreu após aquela palestra. Acabei guardando o nome dele, Eduardo. Assim como eu, Eduardo também começou a trabalhar cedo, aos 14 anos. Após a palestra e a aplicação de alguns conceitos que passei, conseguiu ser promovido duas vezes num período de tempo relativamente curto e estava lá até hoje. Já estava cursando o segundo ano de Administração de empresas, como bolsista integral.

Fiquei contagiado com o entusiasmo de Eduardo. Ele, sem dúvida, é um exemplo clássico de alguém que nunca viu as dificuldades como empecilho para a realização de seus sonhos. Pelo contrário, soube aproveitar tudo o que tinha à sua volta para construir uma futura carreira de sucesso. Eduardo é um bom exemplo que me marcou. Como acredito nele, acredito também que todos os jovens possuam a semente do talento. Na maioria das vezes, só falta a eles o direcionamento correto para fazê-la brotar e crescer.

No artigo de terça-feira falarei um pouco mais sobre a inserção dos jovens no mercado de trabalho e porque o desemprego assombra tanto os jovens recém-formados. Até lá!

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