Hoje venho falar sobre um assunto muito delicado, comumente tido como um tabu, mas que infelizmente faz parte da vida de todos nós: a morte. É uma triste antítese, mas percebo que muitos empresários preferem pensar que nunca deixarão o comando de suas empresas – em outras palavras, não gostam de pensar no assunto.

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No entanto, é essencial que a gestão da empresa construa um mapeamento completo de suas características, de forma a garantir a continuidade do negócio, mesmo quando um fato inesperado, como a morte, acontece. Neste artigo abordarei algumas possíveis medidas preventivas, que se anexadas ao planejamento estratégico das empresas, poderão diminuir as chances de falência ou de grandes prejuízos nessas situações.

Primeiramente, acredito que o essencial para a manutenção da vida de todo ser humano é reservar um tempo para cuidar da saúde, mesmo que a rotina seja desgastante e quase não sobre tempo para tais cuidados. Recomenda-se também realizar dois checkups ao ano, apesar de costumarmos visitar o médico apenas nos momentos de aperto e necessidade. Estamos suscetíveis a muitas doenças, é verdade, e por inúmeros fatores decorrentes do trabalho, como o estresse, por exemplo. Sendo assim, é melhor nos prevenirmos e não darmos sorte ao azar.

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Da mesma maneira, as empresas precisam estar prontas para a iminência de qualquer tipo de desastre. Como no caso da coluna deste domingo, na qual contei a história de um executivo e seu sucessor que faleceram em um acidente aéreo, já ouvi histórias de vários outros infortúnios que tiraram as empresas de seus rumos e as levaram por caminhos penosos para o restabelecimento, justamente por não estarem preparadas ou terem um plano B pronto para entrar em cena.

Precauções e cuidados

Quando alguém é desligado da empresa, como da noite para o dia, não é raro algumas empresas e equipes se verem perdidas por não saberem exatamente tudo o que aquela pessoa fazia. Não é diferente nos casos de morte. Por isso é importante que todas as posições-chave e lideranças de uma empresa tenham suas principais atribuições registradas, com revisões ao menos anuais. Esse cuidado evita que alguma tarefa se perca e chegue a atrapalhar futuros resultados e projetos. Não saber quem é o dono de cada atividade dentro da empresa pode custar muito caro, acredite.

Para os empresários e diretores executivos, é necessário que a escolha do sucessor seja feita de maneira antecipada, planejada e com muita cautela, pois a transmissão da função poderá  afetar de maneira determinante a equipe, os resultados e os processos da empresa. Sendo  assim, também é lógico que, mesmo escolhendo alguém à altura para assumir no futuro, algumas coisas não se resolvam. Por isso, é necessário que o futuro gestor passe por um longo treinamento, para que possa se familiarizar com a função e esteja preparado quando o momento de assumir o cargo chegar.

Outra medida importante e recomendada é a contratação de seguro de vida para todos os funcionários. Isso garante segurança econômica ao segurado em caso de invalidez, por exemplo, e amparo aos dependentes do trabalhador que falece ainda em plena atividade profissional. Quando uma fatalidade ocorre, esse serviço é geralmente o tipo de coisa que todos se perguntam "por que não tínhamos contratado isso antes?".

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Vida e carreira: uma jornada com fim

É estranho, eu sei, mas pense na carreira como em certos aspectos da vida. Por mais que deixemos um legado, ela tem um começo, um meio e um fim. Não somos imortais e nosso papel como profissional consciente e eficaz consiste até mesmo em pensar no pior – mesmo que as chances disso acontecer sejam baixas.

Muitas pessoas não gostam de fazer planejamentos como esse, e até são julgadas como se estivessem esperando pela morte ou como se fossem pessimistas. Não concordo com essas concepções, pois isso deve ser encarado como qualquer outro possível risco que a empresa possa enfrentar – como um atropelamento, um acidente de trânsito, um incêndio, uma explosão etc.

Para encerrar, gostaria de deixar uma frase de Leonardo da Vinci que convém a este assunto: "Que o teu trabalho seja perfeito para que, mesmo depois da tua morte, ele permaneça". Impressionados ficarão aqueles que, após verem a partida de alguém, perceberem que a competência e a sensatez dessa pessoa a fizeram pensar até mesmo no pior – mesmo quando ninguém acreditava que isso deveria ser feito. Quando para muitos a morte pode ser o fim, para outros pode ser vista como oportunidade para traçar uma estratégia, o momento certo para implantar uma mudança (econômica ou cultural) até então impossível ou mesmo a chance de deixar um legado, um significado ou um segredo para a perenidade da empresa e o futuro dos que ficam.

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