Em pleno século 21, em um claro estágio de consolidação e popularização dos aparelhos e meios digitais de comunicação, ainda é possível encontrarmos profissionais que não se habituaram, ou sequer aderiram, a essas novas plataformas. Os motivos que os levam a serem desconectados podem ser, dentre outros fatores, a idade avançada, a falta de habilidade com as novas tecnologias e a resistência a esses novos comportamentos digitais. Além desses, há os que optam em não utilizar os meios eletrônicos por acreditar que todo esse excesso de tecnologia é totalmente dispensável.

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Antes de qualquer coisa, deixo bem claro que estar desconectado ou não saber utilizar alguma novidade informática, não significa estar desatualizado e muito menos ser incompetente. Há profissionais que, mesmo não lendo jornais em seus tablets, estão muito bem atualizados, sim. Aliás, foi sem celular, agenda eletrônica e outros gadgets (dispositivos) que profissionais fizeram suas carreiras ao longo das décadas de 50, 60, 70, 80 e início de 90.

Desconectados x conectados

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É evidente que os jovens são mais velozes no aprendizado de novas tecnologias, se comparados às pessoas mais antigas. Alguns jovens, inclusive, têm compulsão por checar novas informações nas redes sociais, por exemplo, e outros desenvolveram dependência tecnológica. Uma pesquisa feita pela Cisco com jovens de 18 países mostrou que, no Brasil, 48% checam novidades no celular ao acordar, antes mesmo antes de se levantarem da cama. Os jovens brasileiros ficaram em 4o lugar na classificação, à frente de norte-americanos e europeus e atrás somente de Turquia (59%), China (58%) e Índia (51%). Sobre a compulsão por checar informações no celular, 60% dos jovens demonstraram esse comportamento.

Entretanto, o fato de alguns não terem aderido às inovações modernas não significa que eles sejam improdutivos ou menos eficazes. Uma outra pesquisa revelou que as pessoas menos dependentes dos meios tecnológicos dão mais importância aos amigos e contatos pessoais, aqueles face a face, e que esses contatos geram mais negócios e possuem um vínculo mais forte, ao contrário dos contatos apenas virtuais.

Vantagens e desvantagens

É evidente que os aprimoramentos tecnológicos visam facilitar, por exemplo, nosso acesso à informação ou otimizar ferramentas de trabalho. Anos atrás, por exemplo, havia basicamente uma maneira de se fazer networking. Meus leitores mais anciãos saberão do que estou falando: troca de cartões. E para networking internacional, como fazíamos? Aí a situação era um pouco mais complexa: mantínhamos o contato por meio de cartas e, apenas quando muito necessário, telefonemas (que eram previamente agendados com uma telefonista).

Os profissionais mais experientes sentiram de maneira mais profunda os benefícios que as criações trouxeram em nossas vidas. Hoje em dia, podemos nos conectar e conversar com qualquer profissional, de qualquer empresa, de qualquer país. Basta um clique no LinkedIn e pronto. Apenas ressalto que, apesar da comodidade e praticidade dessa novidade, isso não significa que a troca de cartões e o contato pessoal com um belo aperto de mãos tenha deixado de ser eficiente. O importante é lembrarmos que as duas formas de relacionamento se complementam.

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Ainda sobre o contato com as pessoas, podemos dizer que os desconectados possuem maior número de relações pessoais, e podem ter uma habilidade relacional melhor que a dos colegas conectados. Contudo, estes fazem mais contatos e com mais rapidez graças ao uso da tecnologia. Neste caso também é preciso saber conciliar o uso da tecnologia e das relações pessoais a seu favor.

Eu diria que, atualmente, as desvantagens de um "desconectado" podem ser maiores no caso de uma transição de carreira. A explicação é simples. O indivíduo que não costuma estar com o celular ligado, não verifica rotineiramente os e-mails e ainda não atualiza as qualificações profissionais na internet, como no LinkedIn, dificilmente será encontrado por recrutadores. Além disso, as pessoas que estão fechadas a novidades muitas vezes serão vistas pelo mercado como inflexíveis, o que também pode prejudicá-las no ingresso de uma nova oportunidade.

Para finalizar, reitero a importância de estar presente nesses diferentes meios. Eu mesmo precisei aprender a utilizar diversas novas ferramentas e tecnologias e hoje percebo como elas facilitam o nosso trabalho. Por isso, esteja conectado, mas tenha regras definidas para evitar que o excesso prejudique sua reputação ou rotina.