Você trabalha ou já trabalhou com algum amigo seu? Ou algum colega de trabalho acabou virando um grande amigo? Ainda que criemos vínculos afetivos e por vezes quase fraternais por nossos colegas de trabalho, algumas situações do dia a dia têm o poder de colocar essas relações em risco.

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Uma delas, por exemplo, é como contornar situações delicadas em que uma ação pode colocar a amizade de anos em risco. Essa é a típica situação chata, como quando um percebe que o outro têm errado sucessivamente ou está com o desempenho muito baixo e pode ser, em breve, chamado ao gabinete do superior ou mesmo demitido. Há também os casos em que um percebe que ilegalidades têm sido cometidas pelo colega – e acaba se tornando cúmplice dos atos. Pode ser um desvio de verba, furto de itens, falsificação de documentos, negociações "por fora", entre outros.

Em ambos os casos a dúvida e a culpa são pesados: escolher o caminho da ética profissional, sinceridade e integridade, e fazer prevalecer o bom e velho "quem avisa, amigo é"? Ou fingir que nada vê, deixar as coisas se desenrolarem sozinhas e não correr o risco de mais tarde ser julgado pelo amigo como o responsável por desdobramentos imprevisíveis? Ambas as situações são complicadas. Mas no segundo caso, por exemplo, é mandatório que a ética profissional fale mais alto que a amizade. Uma descoberta posterior por parte da empresa que você era cúmplice de atos ilegais ou sabia dos erros do colega e mesmo assim não os avisou soará muito pior.

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Outro exemplo: como fica a relação quando os colegas têm diferença de cargos?

Enquanto todos têm o mesmo cargo, ganham o mesmo e fazem o mesmo é difícil haver desavenças. Mas quando um é promovido, ganha bonificações ou vira chefe do colega, a relação pode começar a mudar. Nessas situações é importante relembrar duas coisas:

1) Quando essa diferença de cargos for criada, se a amizade for verdadeira, não haverá qualquer sentimento de inveja. Um apreciará o reconhecimento do mérito do colega. Geralmente quando há inveja oculta a relação torna-se estranha e, não raramente, se desfaz.

2) A maneira de toda a equipe receber essas notícias (promoção, bônus, realocação etc.) irá depender da cultura da empresa. Se ela estimula o desempenho de maneira agressiva, a possibilidade de atritos é maior do que naquelas empresas que agem pela transparência, com um clima de verdadeira união, amizade e troca de experiências, e que almejam o atingimento dos objetivos por meio da coletividade. Numa empresa transparente, todos saberão, de maneira justa e clara, porque cada um atingiu tais resultados. Por fim, há maneiras de não estragar a amizade em um trabalho que tenha concorrência interna (vendas, por exemplo)?

Esta dúvida é comum, mas há, sim. Por mais que os colegas sejam "concorrentes" diretos, é importante lembrar que ambos trabalham em um grupo que almeja um objetivo maior: o da empresa que trabalham. É importante que o líder lembre o grupo disso.

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Também é preciso reconhecer, e nunca se esquecer, das forças e fragilidades que cada um carrega. É essa combinação de fatores que torna a complexidade de um time algo tão rico. Assim como em qualquer time há esportistas com habilidades mais desenvolvidas para determinadas tarefas, não seria diferente no trabalho em equipe. Afinal de contas, time nenhum consegue ter 11 Pelés, não é mesmo?

Por isso, continue valorizando cada amizade que você possui no seu trabalho. Isso tudo só contribui para um clima organizacional mais saudável e, principalmente, produtivo.