Sete pecados no trabalho: Orgulho

Um dos 7 pecados capitais mais agressivos que, possivelmente, interfere di­­re­­tamente nos outros to­­dos, é o orgulho. E por que ele é tão re­­presentativo assim? Simples­­mente porque quanto mais orgulhosos somos, mais temos a impressão de que não precisamos de nada nem ninguém, simplesmente nos bastamos do jeito que somos. No trabalho isso causa um efeito avassalador, afinal, ao passo que temos a impressão de não precisarmos de mais ninguém, afastamos todos de nosso convívio.

Uma questão que sempre de­­fendo é o fato de sermos sociáveis no ambiente profissional. Quanto maior a nossa capacidade de trabalhar em equipe, mais conquistas alcançamos. Ser orgulhoso no mundo corporativo só depõe contra nós, afinal, já parou para pensar na quantidade de informações e aprendizados deixamos de adquirir pelo simples fato de nos julgarmos superiores a tudo e a todos?

Orgulho, antes de mais nada, é uma espécie de sentimento exacerbado de dignidade pessoal. É achar que somos melhores que todos. É acreditar que já sabemos tudo e que, por isso, não precisamos de ajuda ou ensinamentos proveniente de ninguém. Pessoas orgulhosas, normalmente são dotadas de muita arrogância, soberba e vaidade. São pessoas que gostam de ostentar, tanto o que têm, quanto o que são. Acreditam fielmente serem capazes de fazer qualquer coisa sozinhos e, frequentemente subestimam as capacidades alheias.

Exatamente por isso, não depositam confiança nas ideias e feitos de seus colegas de trabalho. Aliás, costumam julgar seus colegas como fracassados. Não conseguem enxergar qualidade no que eles fazem, considerando seus próprios feitos melhores que qualquer coisa que os outros possam produzir. Sentimento de posse e egoísmo também são frequentes em pessoas assim, pois acreditam que ninguém mais possa ser merecedor de reconhecimentos.

No meio de outras pessoas, enxergam em si próprios uma importância acentuada, superestimando seu próprio valor. Essas pessoas precisam ser o centro das atenções sempre, achando impossível que outras pessoas também o possam ser. E quais os efeitos disso dentro de uma organização?

Ora, uma pessoa que se julga soberana o tempo inteiro, só tende a perder, é claro. Já imaginou no estrago que uma pessoa assim pode causar numa equipe, por exemplo? Imagine um profissional orgulhoso que jamais admite um erro, ou então jamais aceita o fato de que precisa de ajuda para executar algo, ou pior, desconhece a possibilidade de que outras pessoas, principalmente subordinados, possam ter ideias tão boas ou melhores que as suas próprias. Imagine esse mesmo profissional gerindo uma equipe. Seus funcionários sempre estarão embaixo de suas asas, já que essas pessoas jamais conseguem enxergar o valor alheio. Dificilmente conseguirão expor suas ideias, sem serem tolhidos, afinal, um chefe assim relevará todas as ideias que não caminhem na mesma direção que as suas próprias ideias.

Para uma organização, ter um profissional com uma personalidade tão difícil quanto essa é uma grande perda de tempo. As reuniões tendem a ser demoradas de­­mais, já que eles nunca cedem em suas decisões. Isso quando brigas não surgem por conta da divergência de opiniões. Aliás, as decisões costumam ser impostas aos subordinados, já que eles "jamais teriam ideias tão boas quanto às suas".

Por fim, para o próprio profissional orgulhoso que, sequer, percebe o quão inconveniente é, a tendência é se fechar cada vez mais em seu mundinho, sem amigos, colegas e pessoas que lhe queiram bem e por perto. Clientes e fornecedores dificilmente conseguem lidar com pessoas assim. Como consequência vem uma avalanche de situações em que essas pessoas deixam de lucrar, desde simples indicações que deixam de ser feitas à exclusões para os mais diferentes tipos de eventos, importantes ou não. Até os headhunters, digo por experiência própria, evitam essas pessoas. Pra que correr o risco de ter que indicar um profissional dessa estirpe para um cliente? Esses não conseguem passar nem da primeira fase de um processo de seleção.

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Dicas

Para conviver com pessoas orgulhosas:

- Evite discordar de pessoas que se julgam soberanas. Você só perderá tempo, já que ele nunca vai ceder. Diga apenas "apesar de eu não concordar com você, respeito sua opinião" e encerre o assunto;

- Porém, se for algo que envolva uma decisão em conjunto, use ponderadamente sua voz para impor sua visão a respeito do assunto. O que você quer é achar a melhor solução para o problema e não criar uma briga;

- Entenda que essas pessoas precisam de atenção. Dê isso a elas, caso queira conseguir sua confiança. Entretanto, cuide para não parecer bajulador. Pessoas assim geralmente gostam de puxassaquismos, mas você não precisa se submeter a isso;

- Se você for amigo de um orgulhoso, tente mostrar a ele que existem outras pessoas tão boas quanto ele, e que, apesar de acreditar nisso, ele ainda tem muito o que aprender (ninguém sabe tudo!);

- Quando um orgulhoso começar a ostentar o que tem ou o que é, ignore e mostre a ele que você não dá o mesmo valor a essas coisas que ele superestima tanto.

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Teste

Marque as afirmações abaixo que combinam com seu jeito de ser ou pensar:

1. ( ) Normalmente minha opinião é a mais acertada para as tomadas de decisões.

2. ( ) Quando discuto um assunto de trabalho costumo me exaltar para defender minhas ideias.

3. ( ) Dificilmente peço desculpas por minhas atitudes.

4. ( ) É comum eu me "pegar" com o seguinte pensamento: "quem ele pensa que é para...".

5. ( ) Projetos de maior complexidade e importância, eu conduzo, pois assim garanto que o resultado será excelente.

6. ( ) Sem dúvida nenhuma sou o melhor profissional da sua equipe.

7. ( ) Meu círculo de amigos é muito restrito, pois são poucas as pessoas que posso confiar.

8. ( ) Percebo que algumas pessoas me evitam, talvez por receio ou por me julgarem muito importante.

9. ( ) Mesmo percebendo que as pessoas que me evitam, não me importo.

10. ( ) Normalmente tenho a solução para a maioria dos problemas, não sei como as pessoas não percebem.

11. ( ) Sei que sou muito importante na empresa onde trabalho, talvez até insubstituível.

12. ( ) Acredito que tenho muito a ensinar, mas pouco para aprender.

13. ( ) Não tenho paciência com gente lenta.

14. ( ) Entre os meus maiores defeitos estão o perfeccionismo e o alto nível de exigência comigo mesmo e com os outros.

15. ( ) As pessoas me consideram ríspido, mas na verdade sou direto e objetivo.

16. ( ) Não preciso de ajuda, normalmente elas precisam de mim.

17. ( ) Muitas vezes acho que as pessoas têm inveja de mim.

Não confunda o excesso de orgulho com autoconfiança. Portanto se você se viu em muitas destas afirmações, você pode estar exagerando no seu orgulho.

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