Um ato onipresente no cotidiano das organizações é a tomada de decisões, que muitas vezes pode vir acompanhada de muita frustração, quando não sabemos qual decisão tomar. Hoje, venho falar sobre como podemos agir nessas circunstâncias e evitar essa habitual preocupação na vida dos profissionais.
O passado não pode ser modificado, mas podemos aprender com as experiências anteriores positivas ou negativas. Se, em um projeto realizado, você se esqueceu de calcular algum índice e por causa disso o resultado foi negativo, provavelmente você não repetirá o mesmo erro no futuro.
Além de aprender com as experiências prévias, é muito importante analisar todas as variáveis que podem envolver uma tomada de decisão: as pessoas que serão afetadas, os riscos financeiros, a estrutura da empresa, a viabilidade de uma ação, entre outros. Obviamente não é possível prever todas as consequências que determinada ação causará, pois todas, em maior ou menor grau, abrangem certo risco. No entanto, é fundamental aprofundar-se o máximo possível, minimizando as chances de erro.
Apesar de ser algo presente na vida profissional de todas as pessoas, a tomada de decisões é muito associada aos gestores, justamente por serem eles os responsáveis pelos "próximos passos" de uma área ou de uma empresa como um todo. Muitos profissionais são escolhidos para cargos de liderança apenas pelo fato de possuírem bom conhecimento técnico, mas falham justamente por não terem as competências comportamentais necessárias para gerir uma equipe. E a capacidade de tomar decisões, seja sob pressão ou não, é fundamental para o sucesso de uma gestão e, por consequência, de uma equipe.
É importante lembrar que o processo de tomada de decisão pode ser feito de duas maneiras. A primeira é a mais tradicional e conservadora, em que as decisões estão centralizadas numa única pessoa, normalmente o gestor, e só podem ser tomadas por ela. Na segunda maneira, a decisão é descentralizada e coletiva, destacando-se no contexto mundial pela importância de envolver toda a equipe em busca de um consenso.
Quando o líder envolve toda a equipe para decidirem juntos a respeito do futuro de um projeto, da realização ou não de um investimento, por exemplo, as consequências são muito positivas não só para aquela ação em específico, mas para o relacionamento e produtividade da equipe como um todo.
Nesses casos, por participarem da decisão, o mais provável é que os funcionários se sintam motivados para dar continuidade àquilo que foi definido. Além disso, o relacionamento interpessoal melhora devido à partilha de informações.
Não só pelos benefícios que isso agregará à equipe, mas também pela redução das chances de insucesso, a tomada de decisão em equipe é a mais recomendada. Como dizem, "duas cabeças pensam melhor que uma" e, ao envolver os subordinados, o líder poderá ouvir outras opiniões e outras faces do problema que não havia analisado previamente. As pessoas são diferentes e, quando você está pensando em apenas um lado da questão, seu colega enxerga outro completamente diferente. Os dois ou mais pontos de vista em conjunto podem dar origem a uma decisão mais sólida, aprofundada e, por que não, democrática.
Tão importante quanto tomar decisões em equipe é tomar decisões imparciais. Quando o gestor mantém relações estreitas de amizade com um ou outro subordinado, há a tendência de que a imparcialidade seja afetada. Exemplo: quando é possível notar que a afinidade ou o relacionamento privilegiaram a promoção de alguém na empresa que, na visão consensual do grupo, não tenha os quesitos técnicos ou comportamentais mais adequados para a posição. O problema persiste quando há necessidade de demitir alguém. Nesse caso, o gestor pode optar por não desligar o profissional justamente por ter criado vínculos emocionais com ele. Não sou contra as amizades no trabalho, mas é importante isolar as emoções do relacionamento profissional para que as decisões tomadas sejam condizentes com as necessidades da empresa, de forma racional e imparcial.
A capacidade de tomar decisões coerentes e em equipe é uma característica de liderança que pode ser desenvolvida com o tempo, como qualquer outra competência comportamental. É uma questão de autoconhecimento, ou seja, de analisar as suas ações e refletir se está ou não tomando decisões da maneira mais assertiva.