Apesar de ser um assunto pertinente durante o ano inteiro, os trabalhos temporários sempre entram em foco ao final do ano, quando muitos funcionários entram em férias e precisam ser substituídos por um ou dois meses. Ou, também, quando muitas empresas precisam contratar para suprir a demanda superior de consumo no fim do ano. Nessa hora, esse tipo de trabalho não deve ser visto como uma ameaça, por ser aparentemente "instável", mas sim como uma oportunidade, principalmente, para os jovens. Sempre acreditei que escolhemos a profissão muito cedo. Aos dezesseis anos, o adolescente ainda não tem conhecimentos suficientes para decidir o que deseja fazer por toda a sua vida, justamente por não conhecer o mercado de trabalho na prática e o que ele realmente oferece.
Nesse momento de escolha, os trabalhos temporários podem ser uma oportunidade para quem ainda não tem certeza de que rumo tomar em sua careira, ou somente para confirmar se aquela área que pretende estudar e trabalhar é realmente compatível com o seu perfil. Isabela, por exemplo, foi uma jovem que sabiamente decidiu optar pelo trabalho temporário antes mesmo de entrar na universidade.
Aos dezesseis anos, a moça estudava o último ano do ensino médio e ainda não tinha certeza de que rumo gostaria que sua carreira tomasse. Com seus longos cabelos dourados, sempre bem presos num rabo-de-cavalo, Isabela era determinada, criativa e transmitia confiança para quem a conhecia. Por ter interesse e facilidade em aprender outros idiomas e ser criada numa família de "negócios", achava que Relações Internacionais seria uma boa escolha. Também era filha única e, por isso, vivia cercada de pressões por todos os lados: dos pais, que queriam que ela administrasse a loja de móveis da família, da avó que sonhava com uma neta médica, e dos professores, que cobravam notas e resultados cada vez melhores nos simulados de vestibular.
Isabela decidiu se candidatar a uma vaga temporária como assistente na área de comércio exterior numa câmara de comércio internacional voltada para o vestuário. Decidiu tentar conquistar a vaga por ser a área que desejava atuar: relações internacionais. Após um mês na empresa, aprendendo e se aprofundando no assunto, Isabela percebeu que gostava de trabalhar na empresa, mas não por causa das atividades que envolviam compra e venda de produtos para o mercado internacional, mas sim pelas roupas que ajudava a escolher para exportar ou importar. Todos na empresa perceberam a habilidade criativa da jovem de escolher as peças mais adequadas para compra e venda, dependendo do clima local, comportamento das pessoas, etc. Nessa experiência, Isabela descobriu um enorme gosto e talento por moda e design, algo que nunca tinha imaginado antes.
Ao sair da câmara de comércio, Isabela tinha certeza do que gostaria de tentar no vestibular: Design de Moda. Hoje em dia, aos 30 anos, Isabela trabalha como estilista de uma grande empresa de vestidos de festa no Rio de Janeiro, para onde se mudou ao terminar a faculdade em Curitiba.
Assim como Isabela, muitos outros jovens também podem descobrir se possuem aptidão para uma ou outra área antes de tomar uma das decisões mais importantes de suas vidas: a escolha da profissão. O trabalho temporário, além de ajudar na escolha da carreira, poupa o tempo "perdido" em cursos ou empregos que o profissional não se encaixa. Muitas vezes, a pessoa passa por mais de um curso de graduação para descobrir o que realmente deseja fazer com sua vida profissional. Portanto, se você está decidindo que futuro dar à sua carreira, minha dica para essas férias é: procure um trabalho temporário. Mesmo se você passar por um ou dois empregos de curta duração que não gosta, no mínimo ganhará experiência, mais conhecimento e uma visão mais abrangente dos negócios, o que sempre é positivo para qualquer tipo de profissional.
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