A política por si só sempre fez parte do contexto da raça humana e, exatamente por isso, é humanamente inconcebível que ainda hoje haja cidadãos que não exerçam a democracia de forma consciente. É fato que o que é de interesse para um pode não ser de interesse para o outro, porém, quando tratamos de quem comandará uma nação, ou ajudará de alguma forma a fazer isso, precisamos ser o mais conscientes possível para não prejudicarmos ao país e a nós mesmos. É ignorância pensar em fatos isolados e basear nisso um voto.
Engana-se quem pensa que política é só para políticos e empresas só para empresários. Pelo contrário, um está diretamente relacionado ao outro. Constantemente criam-se legislações que afetam diretamente às empresas e é por isso que nós, empresários, executivos e funcionários de um modo geral precisamos ter consciência plena de quem colocamos no poder. A todo o momento surgem novos impostos que mexem com a economia das empresas e, automaticamente, com a economia brasileira. Dar de ombros para quem tomará essas decisões é praticamente o mesmo que assinar sua rescisão trabalhista a longo prazo. Para quem é empresário é ainda pior. Deixar que maus candidatos sejam eleitos, sem fazer nada para que o oposto disso ocorra, é deixar que a própria empresa corra o risco de ir à lona.
Para quem lê o que escrevo e considera isso um exagero, basta lembrar o que aconteceu há alguns anos na era Collor, quando mais de 920 mil postos de trabalhos foram extintos e a inflação chegou a 1200% ao ano. Lembro-me que eu fui um dos milhares de empresários que se viram perto de fechar as portas de suas empresas. No meu caso, consegui reverter a situação, mas não são poucos os empresários que conheço que faliram e tiveram que recomeçar do negativo. Alguns nem tiveram como recomeçar e nunca mais conseguiram se reerguer.
Votar em alguém é o mesmo que lhe dar uma procuração para que ele possa falar em seu nome no congresso. Já parou para pensar por esse ângulo? Você deixaria que alguém que você não conhece muito bem, ou sabe que não é capaz, defendesse os seus direitos? Para que isso não ocorra, é preciso entender o que cada candidato tem a oferecer e o que seus partidos defendem. Vale ir a convenções partidárias e conhecer suas propostas. Todos nós temos não só o direito, mas o dever de participar do governo do nosso país. Podemos criticar, sugerir e impedir (através do voto consciente) que escolhas erradas sejam feitas. Basta estar por dentro do que ocorre no Congresso, conversando frequentemente com deputados e vereadores, lendo o que está sendo feito pelo país e cobrando por atuações mais eficazes.
Pensando pelo lado empresarial, é fundamental que os gestores estejam cientes do que é feito pela economia brasileira, e o que afeta direta ou indiretamente na rotina administrativa de nossas corporações. É preciso ter voz. Foi-se o tempo em que os nossos representantes no governo faziam o que bem entendiam, sem que pudéssemos opinar. A ditadura acabou há muito tempo!
Se é que vale uma sugestão, conscientize-se sobre quem você vai escolher. Faça uma reflexão sobre o que mudou de positivo nos últimos anos e o que poderia ter sido diferente. Veja o que você gostaria que fosse melhor e avalie como você poderia contribuir para que essa melhora ocorra de forma significativa. Pode ser que o que falta seja, justamente, alguém que mostre aos governantes ideias revolucionárias que impactem positivamente nas empresas brasileiras, que dêem mais facilidades às multinacionais que queiram se instalar no país e, principalmente, que facilitem a vida do pequeno e médio empresário. A consequência disso tudo só pode ser positiva. Geração de vários postos de trabalho, ascensão socioeconômica da população em geral, maior visibilidade mundial e um giro maior e positivo na economia brasileira.
Infelizmente, ainda há muitos representantes no Congresso que não entendem bulhufas do que o mercado de trabalho brasileiro realmente necessita. São pessoas que visam o interesse pessoal, exercendo o nepotismo, corrupção e tantas outras falcatruas que beneficiam única e exclusivamente a si próprias. Normalmente, não são transparentes em suas condutas, o que, certamente, faz com que seus próprios interesses sejam sempre priorizados. Enquanto isso, nós, empresários e trabalhadores, vamos ficando para último plano um mandato atrás do outro. Se todos os nossos esforços, de empresários e políticos, pudessem ser somados, a situação do povo brasileiro como um todo certamente estaria melhor.
Ainda há tempo. Vote com consciência e mostre que você quer realmente que as coisas mudem para melhor.
TESTE
Responda "SIM" ou "NÃO" às questões abaixo e descubra que tipo de eleitor você é. Seja sincero:
1. Você conhece as propostas dos principais candidatos à presidente?
( ) SIM ( ) NÃO
2. E dos principais candidatos ao governo do seu estado?
( ) SIM ( ) NÃO
3. Você acredita que um candidato merece seu voto por ter boa aparência?
( ) SIM ( ) NÃO
4. Você tem definido seus candidatos às vagas de deputado e de senador?
( ) SIM ( ) NÃO
5. Quanto aos seus candidatos aos cargos acima, você prefere votar naqueles mais conhecidos?
( ) SIM ( ) NÃO
6. Você votaria num candidato que lhe oferecesse vantagens pessoais?
( ) SIM ( ) NÃO
7. Você assiste ao horário político no intuito de conhecer as propostas e perfil dos candidatos?
( ) SIM ( ) NÃO
8. Você acha que essa decisão não é muito importante, você pode tomá-la de última hora?
( ) SIM ( ) NÃO
9. Você vai aos comícios só por causa dos shows?
( ) SIM ( ) NÃO
10. Você deixaria alguém que você não conhece tomasse decisões importantes sobre a sua vida?
( ) SIM ( ) NÃO
Se você respondeu "SIM" à maioria das questões de 1 a 9, você não parece muito consciente de sua responsabilidade enquanto eleitor. E se você respondeu "NÃO" à questão nº 10, reflita sobre isso. Ainda dá tempo de você mudar sua postura diante da eleição.
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