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Precaução

Procura por crédito recua pelo terceiro mês seguido

O Indicador Serasa Experian da Demanda do Consumidor por Crédito, divulgado ontem, mostra que os brasileiros estão bem mais cautelosos. O número de consumidores que buscaram crédito em novembro caiu 1,7% na comparação com outubro, registrando a terceira queda mensal consecutiva. Na comparação anual, a taxa ficou negativa pela primeira vez desde setembro de 2009, com recuo de 7,4% em relação a novembro de 2010.

Para os economistas da Serasa Experian, três motivos explicam esses resultados: desaquecimento econômico doméstico, agravamento da conjuntura internacional e aumento da inadimplência. Esse cenário, dizem os economistas da empresa, leva o consumidor a dar prioridade ao pagamento de dívidas e a ser mais moderado na hora de buscar financiamentos.

Apesar das quedas do indicador em novembro, no acumulado do ano a procura do consumidor por crédito mostra crescimento de 8,8% na comparação com o período de janeiro a novembro de 2010. Esse aumento é puxado pelos consumidores nordestinos. Em novembro, a Região Nordeste foi a única a verificar ampliação da demanda por crédito, com alta de 1,7% ante outubro. Nas demais regiões, houve quedas – 3,1% no Centro-Oeste, 3% no Sul, 2,1% no Sudeste e 2,4% no Norte. No acumulado do ano até novembro, os nordestinos também estão na frente, com elevação de 13,7% em relação ao mesmo período de 2010. Na Região Centro-Oeste, o crescimento foi de 10,3%; no Norte, 7,9%; no Sudeste, 8%; e no Sul, 6,1%.

A preocupação das famílias em não se endividarem às vésperas do Natal e a entrada de novos recursos na economia, como o pagamento do 13.º salário, permitiram que os consumidores limpassem seu nome e honrassem compromissos, fazendo com que a inadimplência registrasse uma queda de 12,11% em novembro sobre outubro. A avaliação é da Confederação Nacional dos Dirigentes Lojistas (CNDL), responsável pelos números divulgados ontem.

No entanto, na comparação com novembro do ano passado, houve um aumento da inadimplência de 9,46%. No acumulado de 2011, a elevação é de 5,69%. Os técnicos da CNDL citaram que a economia está passando por um período de instabilidade devido à crise externa. "Consumidores e empresários estavam menos confiantes, o que dificultou o pagamento das dívidas", argumentaram. Eles disseram ainda que o encarecimento do crédito no início do ano, com o aumento da taxa de juros, contribuiu para a elevação dos registros de inadimplência neste ano ante 2010.

Varejo

As vendas no varejo registraram queda de 5,24% em novembro na comparação com outubro, mas subiram 4,32% ante novembro do ano passado. No acumulado do ano, o desempenho do comércio está 5,32% melhor que em idêntico período de 2010.

A queda de outubro para novembro foi atribuída pela entidade a uma base de comparação relativamente forte por causa da comemoração do Dia da Criança. "Entende-se ainda que, dada a deterioração do cenário econômico, devido à crise econômica internacional, muitos consumidores estão mais cautelosos com seu orçamento para poderem ter seu consumo garantido no Natal", analisaram os técnicos da CNDL.

Em relação ao crescimento das vendas em novembro ante o mesmo mês de 2010, a confederação destacou que a desaceleração da atividade, nesta base de comparação, já era aguardada em função do aquecimento da economia no ano passado. "Contudo, o comércio se mostra sólido, sustentado pelo mercado de trabalho e pelo crédito", comentaram os técnicos da instituição. A CNDL enfatizou que a redução da Selic e a reversão das medidas de restrição ao crédito à pessoa física contribuem para um desempenho melhor da atividade comercial.

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