A pior crise econômica em 70 anos pode fazer com que a Irlanda perca até 5% de sua população. Sem emprego e sem perspectivas, jovens irlandeses e milhares de estrangeiros que haviam desembarcado no país nos últimos dez anos para trabalhar agora fazem suas malas e buscam a sorte em outros continentes. As estimativas são de que entre 2009 e 2011, o país, de pouco mais de 4 milhões de habitantes, perderá 200 mil pessoas.

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Essa não seria a primeira vez que os irlandeses fogem de uma recessão. Na realidade, há séculos a emigração tem sido uma resposta recorrente dos irlandeses à sua conturbada história e às crises econômicas. No século XVIII, milhares foram para Estados Unidos, Inglaterra e Canadá, deixando a pobreza e a fome que assolava a região. Na década de 1950, mais um êxodo: cerca de 500 mil pessoas deixaram o país, a maioria delas jovens. O resultado foi a perda do pouco dinamismo que havia na economia irlandesa e a estagnação da economia por décadas. A última onda de emigração ocorreu nos anos 80, em mais uma recessão.

A crise mais recente também vem provocando estragos. Apenas em 2010, 1,1 mil empresas fecharam suas portas. Empresários deixaram de ter renda e trabalhadores deixaram de ter recursos para sobrevivência. Em apenas cinco anos, a taxa de desemprego passou de 3% para 13,5%. Um a cada três pessoas com menos de 30 anos está desempregada. Segundo os especialistas, a taxa de desemprego poderia ser de quase 20% se não fosse pela emigração e, na verdade, o governo vê o movimento com alívio. Entre 2008 e 2009, 20 mil pessoas deixaram o país. Em 2010, foram mais 70 mil. Para 2011, a perspectiva é que 120 mil saiam da Irlanda.

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