Se nas duas sessões anteriores, pré-Natal, a Bovespa já havia tido um giro bem abaixo da média do mês, nessa sexta-feira (26) deve ser ainda pior, dada a agenda esvaziada de indicadores e notícias e com o exterior também em ponto morto. As bolsas europeias não funcionam por causa do feriado de "Boxing Day" e, nos EUA, o pregão deve ser como aqui, apenas para cumprir tabela. Desta forma, as atenções se voltam para o noticiário e o que pode fazer preço mais uma vez hoje são informações que envolvem a Petrobras.
Desde o início dos negócios desta sexta-feira, a Bovespa opera em queda e já renovou as mínimas algumas vezes, pressionada por um movimento vendedor disseminado por boa parte dos papéis - e pelos mais relevantes.
Petrobras, Vale, bancos e siderúrgicas recuam e o índice registrava, às 10h12, baixa de 0,51%, aos 50.627,80 pontos. Na mínima, marcou 50.582 pontos (-0,61%), pouco antes. O giro financeiro somava apenas R$ 31,7 milhões, com previsão de R$ 1,40 bilhão até o final do dia, mas deve engordar um pouco depois da abertura em Wall Street. Petrobras ON caía 1,71% e PN, 1,73%.
Na última terça-feira, depois do fechamento do mercado, a Moody's colocou os ratings Baa2 de crédito global em moedas estrangeira e local da Petrobras em revisão para possível rebaixamento.
Segundo a agência de classificação de risco, a ação reflete a preocupação com potenciais pressões de liquidez que podem surgir se a empresa não cumprir com sua obrigações para entrega de demonstrações financeiras - o que poderia levar seus investidores a se movimentarem.
Com isso, os papéis da empresa podem devolver hoje parte da recuperação que acumularam nas últimas sessões. Em três pregões seguidos de fortes altas até o dia 23, a ação ON subiu 16,40% e a PN, 15,96%. Vale lembrar que a presidente Dilma Rousseff afirmou na última semana estar trabalhando para evitar um rebaixamento da nota da companhia.
Esse movimento de realização também pode sofrer influência da informação de que a estatal brasileira do petróleo é alvo de processo aberto pelo município de Providence, capital do Estado norte-americano de Rhode Island, juntamente com sua administração, duas subsdidiárias e 15 bancos envolvidos na emissão de papéis da companhia.
A presidente da empresa, Graça Foster, defendida pessoalmente pela presidente Dilma Rousseff, é ré do processo, juntamente com o diretor financeiro, Almir Barbassa, e outros 11 executivos. A alegação da cidade americana para a ação é de que teve prejuízo ao investir em títulos emitidos pela estatal para financiar investimentos, uma vez que os papéis perderam valor com as denúncias de corrupção.
Sobre as denúncias de corrupção, registro para a participação da ex-ministra do Supremo Tribunal Federal Ellen Gracie no comitê para investigar as investigações internas de corrupção aprovado na última terça-feira.
Outra ação em destaque hoje é a Eletropaulo. Também na terça-feira, a Moody's rebaixou o rating de emissor da Eletropaulo para Ba2, de Ba1 na escala global e para Aa3.br, de Aa2.br na escala nacional.
Ao mesmo tempo, a agência rebaixou os ratings da emissão de R$ 750 milhões de debêntures da companhia, também para Ba2, de Ba1 na escala global e para Aa3.br, de Aa2.br na escala nacional. A perspectiva para todos os ratings foi alterada para negativa, de estável.