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Petróleo - Combustíveis terão peso maior que alimentos

Em apenas nove anos, a indústria do Paraná viu o peso do setor de refino de petróleo e álcool saltar de 5,6% para quase 20% do valor da transformação industrial do estado. Em 2005, dos R$ 32,4 bilhões agregados pela soma de todos os setores industriais paranaenses, cerca de R$ 6,2 bilhões vieram dessa atividade.

A maior parte cabe aos derivados de petróleo (R$ 5,993 bilhões), produzidos na Refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar), em Araucária.

Com investimentos de quase R$ 5 bilhões previstos para a refinaria nos próximos quatro anos, existe a possibilidade de que o setor de combustíveis ultrapasse a indústria de alimentos em importância, uma vez que a Repar vai produzir um volume maior de derivados de alto valor agregado.

A participação da indústria paranaense no total de pessoas ocupadas no setor industrial brasileiro cresceu 1,4 ponto porcentual de 1996 para 2005. Nenhum outro estado viu sua participação crescer tanto no período. O impulso veio do forte crescimento do número de trabalhadores da indústria de alimentos e bebidas.

Há onze anos, a indústria do Paraná empregava 313,2 mil pessoas, o equivalente a 6,2% do pessoal ocupado no setor em todo o país. Com 484,4 mil funcionários em 2005, a participação do estado subiu para 7,6% do total nacional de empregados (6,443 milhões de pessoas).

Os dados são da Pesquisa Industrial Anual, divulgada nesta quarta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A pesquisa mostra que São Paulo segue como maior empregador, embora sua parcela tenha caído de 42% para 36,4% no período. Na seqüência, aparecem Minas Gerais (com 10,6% em 2005), Rio Grande do Sul (9,6%) e Santa Catarina (8%). Com seu crescimento, o Paraná superou o Rio de Janeiro (5,7%) e atingiu o quinto lugar no ranking do emprego industrial.

O estado também teve bom desempenho no item "valor da transformação industrial", que aponta o valor agregado pelas fábricas de cada estado na produção. Entre 1996 e 2005, a fatia do Paraná na produção nacional cresceu de 5,2% para 6,3%. O aumento, de 1,1 ponto porcentual, foi o quinto maior do país. Os principais responsáveis por esse avanço foram o setor de refino de petróleo e álcool e a produção de veículos e carrocerias.

O fortalecimento desses mesmos setores fez com que a Bahia registrasse o maior avanço do país entre 1996 e 2005: 2,1 pontos porcentuais, com sua fatia passando de 2,7% para 4,7% do total. Outros três estados tiveram desempenho melhor que o Paraná – Rio de Janeiro, Minas Gerais e Espírito Santo –, impulsionados basicamente pela indústria extrativa, de acordo com o relatório do IBGE.

A economista Denise Cordovil, da coordenação de indústria do instituto, diz que o aumento do número de pessoas ocupadas no setor de alimentos e bebidas do Paraná se deve ao aumento das exportações de commodities agrícolas ocorrido nesse período de nove anos, com destaque para os segmentos de grãos e carnes. Mas, embora esteja empregando mais gente, esse setor já não lidera com folga o ranking do valor da transformação industrial do estado. Se em 1996 quase 30% desse valor era de responsabilidade da indústria de alimentos, em 2005 o porcentual caiu para 19,9%.

O terreno foi perdido, basicamente, para dois setores industriais que hoje são o segundo e o terceiro mais importantes do estado: refino de petróleo e álcool, cuja participação saltou de 5,6% para 19% – graças ao aumento da produção de álcool combustível e o avanço dos preços dos derivados de petróleo –, e veículos, reboques e carrocerias, que viu seu peso triplicar no período, devido à instalação das fábricas da Renault e da Volkswagen em São José dos Pinhais, na segunda metade dos anos 90. Até então, a indústria de veículos estava praticamente limitada à atuação da fabricante de ônibus e caminhões Volvo e à Case New Holland (CNH), que produz máquinas agrícolas.

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