Barclays e ABN anunciam fusão
Londres Os bancos Barclays e ABN Amro, controlador do Banco Real no Brasil, anunciaram ontem os detalhes de seu plano de fusão, um negócio avaliado em 45 bilhões de libras esterlinas, ou cerca de R$ 185 bilhões. O negócio, que na realidade consiste na aquisição do grupo financeiro holandês pelo britânico, se confirmado, vai criar o quinto maior banco do mundo, com operações em vários países, com 220 mil funcionários, 47 milhões de clientes e um valor de mercado de cerca de R$ 350 bilhões. No Brasil, o ABN controla o Banco Real, mas ainda não há informações de como ficam as operações por aqui.
A fusão prevê um corte de 23,6 mil empregos dos 217 mil funcionários do novo banco: 12,8 mil serão extintos e outras 10,8 mil serão transferidos para locais com custos de mão-de-obra mais baratos. O Barclays tem 123 mil funcionários e o ABN Amro 94 mil, excluindo-se os empregados do banco La Salle. Não há informações sobre quantos cortes serão feitos no país.
Segundo o plano anunciado na manhã de ontem, o nome do novo banco será apenas Barclays, sem referência ao grupo holandês, mas sua sede seria localizada em Amsterdã.
O Barclays vai usar 3,225 de suas ações ordinárias para comprar cada ação do ABM Amro. Isso representa um valor de 36,25 euros para cada ação do banco holandês, um pouco acima do que era esperado pelos analistas de mercado.
Se o negócio for concretizado, o Barclays controlará 52% do novo banco e o ABN Amro 48%. A fusão prevê que o atual executivo-chefe do Barclays, John Varley, assuma o mesmo cargo na nova instituição. Arthur Martinez, atual presidente do ABN Amro, manterá esse posto no novo banco.
Genebra O Carrefour comprou o Atacadão por 825 milhões de euros (R$ 2,27 bilhões), tornando-se líder do segmento no Brasil, em faturamento. O grupo francês, que é superado no mundo apenas pelos americanos da Wal-Mart, aponta o país como uma de suas prioridades nos mercados emergentes.
Com a aquisição do Atacadão, o Brasil passa a responder por 7% dos lucros do grupo no mundo, um dos maiores índices entre os países emergentes. O interesse das redes internacionais pelo país não é por acaso: segundo um estudo realizado por economistas da Organização das Nações Unidas (ONU), a América Latina é a região onde os supermercados mais crescem no mundo.
Com a compra, o Carrefour supera o Wal-Mart e o brasileiro Pão de Açúcar no mercado nacional, com uma participação total de 17,4%. O Wal-Mart, que ainda é líder mundial, chegou a avaliar a compra do Atacadão e, entre os analistas internacionais, era visto como o favorito para levar o grupo brasileiro, que estava à venda há três anos. Isso porque os norte-americanos vêm adotando uma política agressiva de aquisições em vários mercados latino-americanos e a compra do Atacadão seria uma passo em sua estratégia de controle da região. Na Europa, analistas apontaram a aquisição pelo Carrefour como "positiva" para o grupo francês. Ainda que o valor da compra ultrapasse a marca de US$ 1 bilhão, o preço foi considerado como "adequado".
Estratégia
A estratégia do Carrefour agora é a de ampliar a rede de lojas. Hoje, entre dois e três novos locais são inaugurados por ano. Em pouco tempo, os franceses esperam que a expansão possa contar com quatro a cinco novas lojas por ano. Isso já somado aos 109 lojas do Carrefour e outras 258 do dia.
Em termos de vendas, o Carrefour somou 3,8 bilhões de euros (R$ 10,4 bilhões) no Brasil em 2006. Agora, adicionará a seu portfólio vendas de 1,5 bilhão de euros (R$ 4,12 bilhões) pelo Atacadão. Isso permitirá que o Brasil passe a representar quase 7% das vendas mundial do grupo francês, contra 4,9% em 2006. "Com essa transação, o Carrefour se torna o número 1 da distribuição alimentar em termos de lucros no Brasil", afirmou um comunicado do grupo em Paris.
Os executivos franceses ainda garantem que a estratégia do Atacadão será preservada, assim como seu público-alvo. Nenhuma das 34 lojas das quais uma em Londrina e duas em Maringá será fechada. Na avaliação do Carrefour, o modelo baseado em custos baixos e eficiência de vendas é complementar ao do grupo francês que, com o Atacadão, poderá ter uma maior penetração no mercado de renda mais baixa.
Em Paris, o grupo ainda afirma que a aquisição faz parte da estratégia do Carrefour de fortalecer sua presença nos países emergentes por meio de uma expansão de seus negócios adaptados à realidade local.
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