Com atraso de um dia, agências do banco HSBC voltaram a funcionar ontem em Curitiba depois que a instituição financeira obteve, na sexta-feira, mandado judicial para impedir o bloqueio de portas. O banco chegou a pedir à 19.ª Vara do Trabalho de Curitiba para aumentar a multa diária por desobediência de R$ 5 mil para R$ 15 mil e que a Polícia Militar dispusesse reforço para garantir que a liminar fosse cumprida.
A instituição argumentou que portas das agências continuavam bloqueados por faixas e cartazes. O pedido foi concedido ontem pela juíza substituta Tatiane Raquel Bastos Buquera. Segundo o advogado Nasser Ahmad Allan, que representa a entidade de classe, o aparato não será necessário. "O sindicato já está cumprindo a decisão", disse.
O advogado informa que o sindicato apresentou recursos contra os interditos, argumentando que as provas entregues pelas empresas (fotografias e depoimentos de funcionários) foram obtidas de forma que fere a Lei de Greve cerceando empregados. "Para ter uma ideia, um banco reservou para si todos os cartórios da cidade para conseguir lavrar atas [com depoimentos]", afirma Nasser. Até agora, a entidade teve negado um pedido de mandado de segurança (no processo do Itaú) e espera resultado de pedido similar na ação do Bradesco. Os bancos têm preferido não comentar com a imprensa assuntos relacionados à greve.
Também amparados por interditos proibitórios, Itaú e Bradesco têm acesso liberado a funcionários que não aderiram à greve em Curitiba. Mas, de acordo com o sindicato, apenas Bradesco e HSBC têm a maioria das agências funcionando. Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, Santander e Itaú estavam ontem com a maioria das agências fechadas.
A entidade divulgou que ontem 338 agências e centros (de 532 da base sindical) não funcionaram, 244 delas na capital e 94 na Região Metropolitana. Na sexta, o número havia caído para 284 por causa dos mandados; já o auge ocorreu no dia 26 (378). O sindicato divulgou haver 14,2 mil bancários ontem parados na RMC. No Paraná, são 778 agências fechadas na base da federação de trabalhadores de empresas de crédito (Fetec). Iniciada no dia 19, a greve nacional por ganho real de salário continua.