21% do portfólio do banco CNH Industrial Capital (CNHI) deve passar a ser representado pelo financiamento de caminhões. O grupo começou a trabalhar com os veículos da marca Iveco em janeiro deste ano. As máquinas agrícolas e de construção do grupo Case New Holland responderão pelos 79% restantes.
O mercado de caminhões é o novo alvo do banco CNH Industrial Capital (CNHI), que se especializou no financiamento de máquinas agrícolas e de construção do grupo Case New Holland. Desde janeiro, o banco, que atua há 15 anos no Brasil, passou a financiar também caminhões da marca Iveco, que pertence ao mesmo grupo.
Segundo o presidente do banco, Brett Davis, a expectativa é que a nova área de negócios ajude o portfólio do banco a crescer 35% em 2014 em relação ao ano passado, que fechou em R$ 5,7 bilhões.
Davis estima que dentro de três anos esse número suba para algo próximo de R$ 8 bilhões com expansão na área de caminhões e a consolidação dos mercados de máquinas para construção e agrícolas. Com o novo desenho, a área de máquinas agrícolas e de construção passa a representar 79% do portfólio e a de caminhões 21%.
A ideia, explica Davis, é integrar o mercado de caminhões com as que o banco já atua. A estratégia deve ganhar corpo com o lançamento, nos próximos dias, de uma linha de financiamento de caminhões do BNDES voltada para produtores rurais. Atualmente o CNH Industrial é um dos maiores repassadores do Finame agrícola do país.
A incorporação dos financiamentos da Iveco ocorre dois anos após a fusão da Fiat Industrial, da empresa de máquinas e caminhões da marca italiana, com a norte-americana CNH. Até então, essa atribuição era do banco Fidis, que passa a cuidar agora apenas do segmento de automóveis do grupo.
Por enquanto, o banco CNHI está financiando a venda de caminhões nas concessionárias, mas a intenção é passar a emprestar recursos também para as revendas a partir de julho. A intenção é que a carteira de caminhões cresça entre 10% e 15% em 2014.
Antecipação
O banco registrou um crescimento de 46% no seu portfólio no ano passado e de 25% no lucro, para R$ 204,1 milhões, mas esse ano terá que enfrentar um cenário menos promissor. No país, a vendas de máquinas agrícolas caíram 21,3% e de caminhões recuaram 11,3% no primeiro trimestre na comparação com o mesmo período do ano passado.
Davis diz que o momento mais complicado foi em janeiro. "Em geral é um mês mais fraco de vendas. Mas houve um represamento de contratações por conta das mudanças do PSI (Programa de Sustentação do Investimento)", afirma.
Segundo Davis, o setor agrícola deve apresentar o melhor resultado do ano, embalado pela recuperação de preços das commodities. Espera-se ainda que haja um movimento de antecipação de compras de máquinas agrícolas por conta do receio em relação ao comportamento dos juros no próximo ano.
O mercado de máquinas para construção, cujos volumes foram sustentados pelas encomendas do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) no ano passado, ainda devem sofrer um pouco em 2014. "Mas no médio prazo é um setor que terá que se desenvolver porque as obras de infraestrutura terão que ser feitas. Temos um adiamento, mas o potencial permanece", acrescenta Blasi.
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